quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O VERDADEIRO fim do mundo



É muito irritante essas ondas esporádicas de "fins de mundo", quando profetas histéricos do apocalipse costumam berrar aos quatro ventos que "o mundo vai acabar". A mais recente onda de histeria e imbecilidade coletiva aconteceu em 2012, quando conspiracionistas e delirantes em geral usaram uma tal "profecia maia" como pano de fundo para "provar" que o mundo iria acabar nesse ano, através da aproximação de um "segundo sol", que iria "realinhar as órbitas dos planetas". Esse segundo sol se chamaria "Elenin". Outros diziam que não só essa estrela, mas um planeta chamado "Nibiru" também iria se aproximar da Terra, com consequências catastróficas. Como todos sabem, 2012 acabou e a Terra continua estável em sua órbita.

Mas os conspiracionistas e lunáticos em geral não se deram por satisfeitos e trataram de inventar uma nova data para o "fim do mundo". Sim, agora, segundo os "entendidos", o mundo vai acabar em 2019. Se der errado, há uma outra "profecia": o fim do mundo acontecerá em 24 de abril de 2036, quando o meteoro Apophis se chocará contra a Terra. Em primeiro lugar, mesmo que a colisão acontecesse, o mundo não acabaria. O que poderia acontecer seria a extinção em massa de espécies (o mesmo que ocorreu com os dinossauros). Mas o mundo, o planeta, continuaria por aqui. Em segundo lugar, os cientistas já trataram de acalmar as pessoas, afirmando que o risco de colisão é desprezível. Ou seja, não há evidências de um fim de mundo a curto prazo.

Ao contrário dos fanáticos religiosos, dos esotéricos e histéricos em geral, a comunidade científica tem a resposta para quando o mundo vai acabar. A Terra se tornará inabitável dentro de cerca de um bilhão de anos devido ao aumento da luminosidade do sol. E, depois de mais quatro bilhões de anos, a Terra será inexoravelmente destruída. Esse evento passou a ser conhecido como "a morte do sol". As ilustrações abaixo ajudam bastante a compreender de forma bem clara o que o futuro reserva ao nosso querido planeta:


1. Dentro de um bilhão de anos o processo de instabilidade do sol terá início. A estrela ficará cerca de 10% mais luminosa do que hoje em dia e a consequência disso será o derretimento das geleiras. Conforme o planeta for se aquecendo, toda a água da superfície se evaporará e todo vapor de água junto com toda a atmosfera se perderão no espaço.


2. Dentro de três bilhões de anos, conforme o sol for ficando maior e mais quente, a Terra, agora totalmente desabitada, terá quase a mesma aparência que o árido planeta Vênus de hoje em dia.


3. Entre três e quatro bilhões de anos, o processo de transformação do sol em uma gigante vermelha se intensificará. Uma monstruosa usina nuclear vermelha dominará o firmamento da Terra. O céu não será mais azul, mudando a sua coloração para um degradê de vermelho-laranja. As montanhas começarão a derreter. 


4. De quatro bilhões de anos para diante, o sol (agora uma gigante vermelha agonizante) já terá engolido os planetas Mercúrio e Vênus. A diáfana atmosfera do sol lamberá a superfície da Terra. Nesta ilustração, um hipotético observador vislumbra o sol a partir da superfície de Europa. Como agora o sol está vinte vezes maior do que nos dias de hoje, a crosta de gelo do satélite derrete em ritmo constante.


5. Visão do sol de quatro bilhões de anos no futuro visto a partir da superfície de Plutão. O que antes era apenas um pequeno ponto no céu gelado de Plutão agora aparece quatro vezes maior e aquece o antes frio planeta mais distante do sistema solar.


6. Pouco mais de doze bilhões de anos no futuro: o sol já ejetou todas as suas camadas exteriores. Agora, uma trêmula nebulosa infla igual uma bolha de sabão a partir do que sobrou do núcleo do sol, vista aqui a partir de algum ponto do Cinturão de Kuiper.


7. Se a Terra não for destruída (como acontecerá com Mercúrio e com Vênus), se transformará num astro gelado e sem vida. Essa será a visão do sol que um hipotético observador terá a partir da superfície do que outrora foi o planeta Terra. Depois da fase de gigante vermelha, o sol implodirá e será para sempre uma estrela anã branca e terá aproximadamente o mesmo tamanho que a Terra tem hoje.


8. Mas como desgraça pouca é bobagem, temos um bônus, como nos comerciais das facas Ginsu ou da Tek Pix. Como todos sabem, a nossa querida Via Láctea está em rota de colisão com outra galáxia, a de Andrômeda. Conforme uma for passando por dentro da outra, os braços espiralados da Via Láctea se estenderão e, com isso, o sol e todos os planetas do Sistema Solar serão ejetados para o espaço exterior. A visão do choque das duas galáxias seria ao mesmo tempo bela e terrível.


9. Depois do choque das galáxias, não haveria mais propriamente um sistema solar, mas uma anã branca solta pelo espaço e carcaças de planetas que antes orbitavam essa estrela morta. Depois disso, em tempo muito longínquo no futuro, haveria o Big Rip. A morte do universo. 

Costumo dizer que a realidade é muito mais assustadora do que qualquer filme de terror. Mesmo assim, há esperanças. Não aquelas esperanças infundadas oferecidas por doutrinas religiosas, mas esperanças palpáveis. Antes da morte do sol é bem possível que a humanidade (se não for extinta) desenvolva tecnologias avançadíssimas que possibilitem a migração para outros planetas habitáveis. Para escapar do Big Rip, a solução ainda resvala na ficção científica, pois seria necessário a migração para um hipotético universo paralelo. Enfim, mesmo que TUDO acabe, ainda há uma pequena fração de esperança para a vida. Quem disse que só as religiões podem oferecer esperança?

As ilustrações são de autoria do artista Ron Miller. A página dele é esta:


LINKS INTERESSANTES SOBRE O ASSUNTO:


A ARQUEOLOGIA COMPROVA A EXISTÊNCIA DE GIGANTES!!!



Aha, quer dizer que arqueólogos comprovaram que aquela historinha de "nefilins" não era mitológica, como aparentava ser? NÃO! É claro que o título desta postagem é uma trollagem, uma emulação daquelas manchetes sensacionalistas do NP, uma "pegadinha do Mallandro", só para descontrair. A mensagem de e-mail que traz essa "notícia" é bem velha, mas ainda está em circulação. Sendo velha ou não a mensagem, o assunto ainda empolga alguns fundamentalistas mais ferrenhos. O trecho mais ridículo dessa mensagem é o que segue abaixo:

"Só para mostrar que a Bíblia é verdadeira com as suas lições de história que são aplicáveis tanto para o futuro como para hoje e que além de ser um livro espiritual, nos revela a História da humanidade. Isto é incrível. Não que já não tenha sido demonstrado que as Escrituras são verdadeiras, são apenas mais evidências para os nossos tempos."

O crente afirma que a bíblia é um livro de "História". Só se for de histórias da Carochinha. Ele derrama a sua abobrinha proselitista baseado em fotos que já foram devidamente desmascaradas como sendo fraudulentas. Além disso, a suposta "descoberta" teria sido feita na Grécia. Ué, se o negócio era associar os gigantes com alguma mitologia ancestral, deveriam associar, então, à mitologia grega, já que os "fósseis" estavam em solo grego. Se querem "referendar" a mitologia hebraica, por que não fazem escavações no Oriente Médio? Ao invés de nefilins, deveriam ter dito que as ossadas seriam dos Titãs e que não existe outro "Todo Poderoso" além de Zeus. Amém.

Alguns crentes que ainda não perderam a lucidez dizem que "só porque as fotos são falsas não significa que não existiram gigantes no passado". Claro. Também ainda não encontraram ossadas de sereias, o que não significa que elas não existam e não tenham existido no passado. Da mesma forma para outros seres muito comentados mas nunca vistos ou fotografados ou analisados em laboratório, como ondinas, mula sem cabeça, saci pererê e uma infinidade de outros.

Outros crentes, os "fronteiriços", nem se interessam por evidências e tampouco se interessam se as fotos foram ou não foram forjadas (neste caso, FORAM!). Acreditam cegamente em todas as abobrinhas da bíblia. Com eles, nem dá para dialogar. Mas tudo bem. Esses, pelo menos, são inofensivos (desde que não se intrometam na vida alheia). Os piores tipos de crente são os que inventaram essa mensagem de e-mail baseada nessas fotos forjadas. São fundamentalistas que não medem esforços para espalhar uma mentira como se fosse uma verdade.

Agora imaginem um cenário de pesadelo: Imaginem a maioria da comunidade científica formada por pessoas do tipo dessas que disseminaram essa mensagem mentirosa. Imaginem aberrações como "desenho inteligente" sendo ensinadas em escolas para idiotizar crianças e adolescentes. Imaginem professores misturando ciências com lendas bíblicas com o único intuito de difundir uma doutrina que não tem nada a ver com ciência. Isso já aconteceu em Várzea Grande (menos mal que era uma instituição particular), mas imaginem isso acontecendo em escolas PÚBLICAS. Por isso o ceticismo é importante: para desmascarar mentiras e desonestidades de fundamentalistas religiosos.

As Falácias de Michael Behe



Como defender um delírio se não através de falácias? É o que todo criacionista faz. Michael Behe, famoso criacionista estadunidense, depois de ter passado vergonha ao publicar sua obra "A Caixa Preta de Darwin", um livro todo escrito na base da falácia de apelo à ignorância e depois de ter tido a sua ignorância exposta publicamente em 2005, quando depôs em favor de um grupo de criacionistas que queria impor o criacionismo em uma escola pública da Pensilvânia, voltou a atacar pouco tempo depois. O artigo abaixo, publicado na revista Science, faz valorosamente a defesa da ciência, refutando as falácias de Michael Behe em mais um livro onde ele expõe publicamente seus argumentos pseudocientíficos. Eis o artigo, traduzido por mim:


DEUS COMO UM ENGENHEIRO GENÉTICO¹

Sean B. Carroll²


"O Senhor o devolveu às minhas mãos": Estas foram as palavras que Thomas Huxley, confidente e aliado mais leal de Darwin, teria murmurado a um colega ao fazer suas as palavras do Bispo Samuel Wilberforce e refutar a crítica do Bispo à Teoria de Darwin no lendário debate de 1860, em Oxford. Essas também são as primeiras palavras que surgem na minha cabeça conforme eu leio The Edge of Evolution: The Search for the Limits of Darwinism, de Michael Behe. Nele, Behe lança mais uma fornada de alegações explícitas sobre os limites da evolução darwinista. Ele alega que a Teoria da Evolução foi tão pobremente concebida que Darwin involuntariamente fez um grande favor aos seus críticos ao publicá-la.

Em Darwin’s Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution (1), Behe aprofundou a noção de que certos sistemas bioquímicos são "irredutivelmente complexos" e que, portanto, não poderiam ter evoluído a partir do sistema darwiniano. A conclusão a que ele chega é que tais sistemas foram desenhados inteligentemente. Desde esse livro, Behe tem desenvolvido uma função importante no Movimento do Desenho Inteligente (ID, do inglês Intelligent Design), incluindo uma estrela tomada como testemunha de defesa no caso da escola de Dover em 2005. Apesar de seu testemunho - ou, devo dizer, em parte por causa do que ele disse (2) - o Desenho Inteligente foi considerado um conceito religioso e o seu ensino nas escolas públicas estadunidenses foi considerado inconstitucional.

Behe, um professor de Bioquímica na Universidade de Lehigh, tem encontrado ressonância entre uma grande parcela de criacionistas que consideram a evolução darwinista incompatível com as suas crenças religiosas e enxergam validação científica nas alegações de Behe. Claramente, o público-alvo desse novo livro também é aquele constituído por criacionistas, embora os mesmos possam considerar algumas partes do livro um pouco embaraçosas. Por exemplo, Behe aceita explicitamente a habilidade de mutação randômica e seleção para explicar as variações internas e diferença entre espécies proximamente relacionadas (mas não as mais altas taxas, como a classe dos vertebrados). Ele também aceita os cerca de 4,5 bilhões de anos de idade que a Terra tem e que nós temos um ancestral em comum com os chimpanzés. Isso certamente não cai bem em algumas rodinhas.

Behe também explora alguns exemplos de evolucionismo darwinista no nível molecular, incluindo um tratamento intensivo da "guerra de trincheiras" evolucionária lutada entre humanos e parasitas da malária ao longo do milênio, tudo dentro do contexto do que a evolução darwinista "pode explicar". Então, qual é o problema?

O problema é o que Behe considera que a evolução darwinista não pode fazer: produzir mais mudanças "complexas" do que aquelas que têm levado humanos a lutar contra a malária ou permitido que os parasitas da malária evitem as drogas que nós arremessamos contra eles. O principal argumento de Behe reside na assertiva de que duas ou mais mutações simultâneas são requeridas para acréscimos em complexidade bioquímica e tais mudanças estão, exceto em raras circunstâncias, além dos limites da evolução. Ele conclui que "a maioria das mutações que constroem as grandes estruturas da vida não devem ter sido aleatórias". Em resumo, Deus é um engenheiro genético que, de alguma forma, está desenhando mudanças no DNA para construir máquinas bioquímicas e taxas mais altas.

Mas, para chegar a essa conclusão, Behe se apoia em assertivas inválidas sobre como os genes e as proteínas evoluíram e como as proteínas interagem, e ele ignora completamente uma ampla porção de experimentos que contradizem as suas premissas deficitárias. Infelizmente, esses erros são de natureza técnica e, portanto, de difícil apreensão para leitores leigos, e até mesmo para alguns cientistas (aqueles que não são familiarizados com biologia molecular e com genética evolutiva). Algumas pessoas serão ludibriadas. Meu objetivo aqui é apontar as falhas críticas nos principais argumentos de Behe e guiar leitores através de algumas referências para ilustrar por que o que ele alega estar além dos limites da evolução darwinista se adequa muito bem dentro dos domínios da Teoria da Evolução.

O principal erro de Behe é minimizar o poder da seleção natural de agir cumulativamente como características ou moléculas que evoluem gradualmente de um estado para outro via intermediários. Behe aponta corretamente que na maioria das espécies duas mutações adaptativas ocorrem instantaneamente em dois locais específicos em um gene são muito improváveis e essas mudanças funcionais nas proteínas costumeiramente envolvem dois ou mais locais. Mas essa é uma falácia non sequitur para saltar a conclusão, como Behe faz, de que tais realocações de múltiplos aminoácidos portanto não podem ocorrer. Realocações múltiplas podem acumular quando cada realocação de aminoácido afeta a performance, mesmo rapidamente, porque a seleção pode agir em cada realocação individualmente e as mudanças podem ser feitas sequencialmente.

A contra-gosto, Behe admite que apenas "raramente, muitas mutações podem sequencialmente adicionar a cada um para melhorar as chances de sobrevivência de um organismo". Raramente? Esta, obviamente, é a rotina diária da evolução. Exemplos de seleção cumulativa mudando múltiplos locais em proteínas evoluintes incluem resistência de tetrodotoxina em serpentes (3), a mudança de cor na visão dos animais (4), resistência ao antibiótico cefotaxima em bactérias (5), e resistência à pyrimetamina em parasitas da malária (6) - uma notável omissão considerando a extensiva discussão de Behe acerca da resistência da malária às drogas.

Behe parece ignorar qualquer apreciação sobre as dimensões quantitativas da evolução molecular. Ele parece pensar nas características funcionais das proteínas em termos qualitativos como se as ligações ou catálises fossem tudo ou nada ao invés de um amplo espectro de afinidades ou taxas. Além disso, ele não entende a realidade fundamental de um processo mutacional seguido pelas proteínas, evoluindo novas propriedades.

Essa falta de pensamentos quantitativos esconde um segundo erro crasso e fatal, resultante de suposições enganosas que Behe comete a respeito de interações entre proteínas. Há muito o autor tem se preocupado com complexos protéicos e como eles podem ou não podem evoluir. Ele argumenta que a geração de um único ponto de ligação proteína-proteína é extremamente improvável e que os complexos de apenas três diferentes proteínas estão "além da margem da evolução". Mas Behe baseia seu argumento em requisitos infundados para interações protéicas. Ele insiste, baseado na consideração de que apenas um tipo de estrutura protéica (os locais combinados de anticorpos) que cinco ou seis posições devem mudar de uma vez em ordem para fazer um bom encaixe entre proteínas — e, consequentemente, bons encaixes são impossíveis de evoluir. Uma imensa porção de dados experimentais refuta diretamente essa alegação. Há dúzias de muito bem estudadas famílias de proteínas celulares (quinases, fosfotases, proteases, proteínas adaptadoras, enzimas de simulação etc.) que reconhecem curtos arranjos peptídicos lineares nos quais apenas dois ou três resíduos de aminoácidos são críticos para a atividade funcional [revisado em (7—9)]. Milhares de interações reversíveis estabelecem as redes protéicas que governam a fisiologia celular.

Cálculos muito simples indicam o quão facilmente tais arranjos evoluíram de forma aleatória. Se alguém admite uma extensão média de 400 aminoácidos por proteína e igual abundância entre todos aminoácidos, qualquer arranjo entre dois aminoácidos é plausível que ocorra de forma aleatória em todas as proteínas de uma célula. (Existem 399 arranjos de dipeptídeos em uma proteína com 400 aminoácidos e 20 × 20 = 400 possíveis arranjos de dipeptídeos.) Qualquer arranjo específico de três aminoácidos uma vez aleatoriamente em todas as 20 proteínas e qualquer arranjo de quatro aminoácidos ocorrerá uma vez em todas as 400 proteínas. Isso significa que, sem qualquer nova mutação e sem a seleção natural, muitas sequências que são idênticas ou semelhantes para muitos arranjos de interação já existem. Novos arranjos podem erguer-se prontamente, de forma aleatória, e qualquer interação fraca pode facilmente evoluir, por via da mutação aleatória e da seleção natural, para se tornar uma interação forte (9). Ademais, qualquer par de proteínas interativas pode facilmente recrutar uma terceira proteína, e até uma quarta, para formar largos complexos. De fato, já foi demonstrado que novas interações entre proteínas (10) e redes de proteína (11) podem evoluir rapidamente e se encaixam muito bem dentro dos limites da evolução. 

É possível que Behe desconheça todos esses dados? Ou ele simplesmente escolheu ignorá-los? Behe tem uma gravação na qual declara o que é impossível e despreza a literatura científica, e ele claramente não aprendeu as lições com as suas gafes anteriores. Ele foi novamente a “público” com assertivas sem o benefício (ou a sabedoria) de primeiro testar a sua força diante de pares qualificados. Por exemplo, Behe certa vez escreveu, “se a evolução aleatória é verdadeira, deve haver um amplo número de formas transicionais entre o Mesonychid (um ancestral da baleia) e a baleia da antiguidade. Onde estão eles?” (12). Ele assumiu que tais formas não seriam ou poderiam não ser encontradas, mas três espécies transicionais foram encontradas por paleontologistas dentro de um ano após essa afirmação. No livro A Caixa Preta de Darwin, ele fixou que os genes para os modernos sistemas bioquímicos complexos, tais como a coagulação sanguínea, só poderiam ter sido “desenhados bilhões de anos atrás e ter sido passados dessa forma até o tempo presente... mas não ‘ligados’.” É sabido que isso é geneticamente impossível porque os genes que não são usados acabam degenerando, mas isso não estava no livro dele. E o argumento de Behe contra a evolução do flagelo e do sistema imunológico tem sido desmantelado em detalhes (13, 14) e novas evidências continuam a aparecer (15), ainda que as mesmas velhas alegações em favor do desenho reapareçam por aqui como se não tivessem sido refutados.

Os contínuos e fúteis ataques dos oponentes da evolução lembram outro confronto lendário, aquele que ocorreu entre Arthur e o Cavaleiro Negro no filme Monty Python e o Cálice Sagrado. O Cavaleiro Negro, assim como os oponentes da evolução, continuam a lutar mesmo que os seus membros tenham sido cortados fora, um por um. O argumento “não existem fósseis transicionais” e o modelo dos “genes desenhados” foram todos bem cortados, os tribunais cortaram a alegação “DI é ciência”, e o nonsense aqui sobre o limite da evolução é rapidamente fatiado em pedaços pela bem fundamentada bioquímica. Os cavaleiros do DI devem professar que essas afirmações são “apenas um arranhão” ou “apenas uma ferida na carne,” mas o argumento para o desenho não tem pernas científicas para permanecer de pé.

Referências:

1. M. J. Behe, Darwin’s Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution (Free Press, New York, 1996).
2. Kitzmiller et al. v. Dover Area School District et al., Memorandum Opinion, 20 December 2005; www.pamd.uscourts.gov/kitzmiller/decision.htm.
3. S. L. Geffeney et al., Nature 434, 759 (2005).
4. S. B. Carroll, The Making of the Fittest: DNA and the Ultimate Forensic Record of Evolution (Norton, New York, 2006).
5. D. M. Weinreich, N. F. Delaney, M. A. DePristo, D. L. Hartl, Science 312, 111 (2006).
6. W. Sirawaraporn et al., Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 94, 1124 (1997).
7. V. Neduva et al., PLoS Biol. 3, e405 (2005).
8. R. P. Bhattacharyya, A. Reményi, B. J. Yeh, W. A. Lim, Annu. Rev. Biochem. 75, 655 (2006).
9. V. Neduva, R. B. Russell, FEBS Lett. 579, 3342 (2005).
10. Y. V. Budovskaya, J. S. Stephan, S. J. Deminoff, P. K. Herman, Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 102, 13933 (2005).
11. P. Beltrao, L. Serrano, PLoS Comput. Biol. 3, e25 (2007).
12. M. J. Behe, in Darwinism, Science or Philosophy?, J. Buell, V. Hearn, Eds. (Foundation for Thought and Ethics, Richardson, TX, 1994), pp. 60–71.
13. A. Bottaro, M. A. Inlay, N. J. Matzke, Nat. Immunol. 7, 433 (2006).
14. M. J. Pallen, N. J. Matzke, Nat. Rev. Microbiol. 4, 784 (2006).
15. R. Liu, H. Ochman, Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 104, 7126 (2007).

¹ Este artigo foi originalmente publicado no Volume 316 da revista Science, edição de 8 de junho de 2007.

² O resenhista, o autor de The Making of the Fittest, é do Laboratório de Biologia Molecular do Instituto Médico Howard Hughes, da Universidade de Wisconsin, Madison, WI 53706, Estados Unidos. E-mail: sbcarrol@wisc.edu

As Abobrinhas de Uma Feminazi Histérica e O Patrulhamento do "Politicamente Correto"



Tão deprimente quanto a miséria econômica é a miséria intelectual. Não é de hoje que vem se proliferando no Brasil um tipo bem específico de imbecil: aqueles que levam a sério humoristas e tentativas de piadas tanto de humoristas quanto de não-humoristas. O tema do politicamente correto envolvendo o humorismo está ficando meio batido, mas torna-se quase impossível não abordá-lo quando vemos demonstrações de burrice aguda em algumas páginas da web. Estou me referindo especificamente ao texto deste LINK.

O que acontece aqui é que a autora do texto em questão tem uma predisposição contra a figura do humorista Danilo Gentili e não se importa em proferir sentenças ridículas para que o seu ódio por Gentili prevaleça sobre a lógica. A autora, de cara, para mostrar o seu ódio e o seu preconceito já fala de antemão, numa clara tentativa de manipulação, que Justus força a plateia a aplaudir Gentili. Isso é puro achismo dela. Tanto é que ela própria escreve que "não sabe" se foi impressão dela. Mas a questão nisso tudo é uma: qual diferença faz a falta ou o excesso de aplauso direcionados ao humorista? Neste caso, NENHUMA!

Ela só toca no assunto do aplauso porque está movida pelo seu ódio cego e sua vontade de ofender gratuitamente. E não demora para a criatura começar a vomitar um discurso de "defesa de minorias". Ela afirma que o alvo de Gentili é a minoria. Uma boa pergunta seria: teria o humor realmente um "alvo" definido? Já vi humoristas tirando sarro de negros (Didi e Mussum nos bons tempos dos Trapalhões), mas já vi também humoristas fazendo chacota da situação financeiramente abastada de Eike Batista. Aliás, negro é minoria? Por que levar o humor tão a sério?

A estúpida redatora do texto de ódio ao Gentili continua o seu festival de falácias fazendo uma inferência aleatória: ela tem "certeza" que Gentili "não vê diferença entre usar camiseta 100% negro e 100% branco". Além disso fugir totalmente à questão, ela dispara mais uma vez a sua máquina de achismos. Ela usa a expressão "tenho certeza", mas demonstra apenas uma opinião pessoal, não uma certeza, pois não apresenta provas de sua afirmação. Ela se arvora no papel de "defensora de minorias" mas na verdade, se mostra tão intolerante e preconceituosa quanto o pior neonazista.

É incrível como estamos vendo no Brasil ao surgimento de uma espécie ideológica nazifascista bem peculiar: os perseguidores de humoristas. Gentili é só um dos alvos. Talvez seja apenas um bode expiatório de um esquema de ódio bem mais amplo do que uma simples perseguição pessoal. A autora se utiliza de seus parcos recursos retóricos para fazer o leitor acreditar que o humorismo é algo para ser levado realmente a sério. Comicidade involuntária por parte dela. Vomita um discurso pobre de antirracismo como forma de afirmar que Gentili é REALMENTE um racista e não um humorista que não tem medo de fazer piadas com assuntos espinhosos.

É curioso notar também o analfabetismo funcional da autora. Na piada supostamente racista, o humorista caricaturiza a imagem do moderno jogador de futebol (egresso de cidade pequena que vai para a cidade grande para se tornar um jogador de futebol famoso e namorar uma mulher bonita, de preferência uma loira) e compara esse estereótipo com o personagem do cinema, que, por mero acaso, é um macaco gigante. O centro da piada é o jogador, não o King Kong. Ele está comparando o King Kong ao jogador e não o contrário, como um autêntico racista poderia fazer. Mas tente explicar isso para uma analfabeta funcional...

Dá para imaginar um pitbull raivoso espumando de raiva quando a autora faz desfilar o seu festival de ofensas contra o humorista. Mas é justamente quando ela vira a sua metralhadora de fezes verbais em direção a Justus que ela profere talvez o maior monte de esterco verbal que ela defecou pelos dedos em seu teclado. O trecho é este: "provalmente Justus não deve saber que já houve mil e uma pesquisas comprovando cientificamente o que o status quo queria ouvir -– que brancos eram superiores a negros, que ser gay é doença, que nascer mulher já assina seu destino como dona de casa, que prum casamento ser feliz a mulher tem que ser mais magra que o homem etc etc"

O trecho acima citado mostra um exemplo claro de analfabetismo científico, principalmente de desconhecimento sobre o funcionamento do método científico. Em seu risível arroubo histérico, ela assume a persona de uma conspiracionista (ah, como isso está na moda, que o digam os conspiracionistas de UFOs e do "governo mundial dos iluminatis"...) e afirma que os cientistas estão a serviço de governos inescrupulosos. Talvez ela não saiba o que significa "revisão por pares" ou "periódico indexado". Conspiracionista é dose...

Mesmo assim, é curioso vê-la enumerar alguns erros da pré-história da ciência. O racismo, na verdade, é uma ideologia difundida com apoio de vaticínios pseudocientíficos de figuras espúrias como Gobineau. Nunca foi levado a sério por cientistas de renome e relevância. A homofobia é algo remanescente da intolerância religiosa ligada às heranças judaico-cristãs e pouco tem de científico. As duas sentenças que ela afirma sobre o papel da mulher nada tem a ver com ciência. Ou seja, mostra-se uma pessoa, no mínimo desinformada. Não quero crer que ela seja uma pessoa de péssimo caráter a ponto de querer denegrir a imagem da comunidade científica, a mesma comunidade científica que sacrifica horas de suas vidas para descobrir vacinas que salvarão milhões de vidas.

Talvez a histeria gerada pelo ódio direcionado ao humorista faça com que as incontáveis bobagens se sucedam. Mais uma: "Mas aquelas pessoas que acham hilárias as piadas preconceituosas não são as mesmas que afirmam que toda piada tem um fundo de verdade?". A feminazi histérica continua delirando, chafurdando no esgoto do déficit intelectual no qual toma banho a mentalidade do brasileiro médio contemporâneo. Essa frase dela é digna da gentalha que agride fisicamente os atores que interpretam papéis de vilões nas telenovelas.

Pouco antes disso, ela afirma que "Piada e ironia são coisas bem diferentes. Ironia não é sinônimo de humor." Mas não é o que pensa escritoras como Linda Hutcheon, que, em seu livro Uma teoria da paródia escreveu que "a paródia pode servir-se, fácil e naturalmente, da ironia como mecanismo retórico preferido e até privilegiado". Mais adiante ela assume a posição de que o humor deva ser, necessariamente, um instrumento de "luta contra o sistema". Ou seja, o mesmo tipo de ingenuidade daqueles que pensam que, por exemplo, a poesia, deva ter uma função de exaltação da beleza (para esses, Augusto dos Anjos, por exemplo, não fazia poesia).

O lado extremista da feminazi se aflora novamente quando ela critica o termo "prostituta" usado figurativamente por Gentili ("note o gênero"). Qualquer termo relacionado a uma posição "subalterna" da mulher na sociedade já é motivo de chilique histérico para as feminazis, mesmo que seja usado de forma meramente figurativa. E ela não para de cometer falácias, como o espantalho básico cometido por ela ao distorcer a explicação do humorista sobre a mecânica de um espetáculo de stand-up comedy.

Em seguida, a feminazi afirma que, após os 20 minutos iniciais do programa, o apresentador tenta "humanizar" a figura de Gentili. Enquanto ela ofende o humorista, critica uma das formas de exercício do humorismo, que é a autodepreciação. Aqui, continua mostrando como sua retórica é risível, imbecil e fora de propósito. Seu ódio gratuito em nome de sua patética ideologia feminazi não perdoa ninguém, nem mesmo um dos maiores intelectuais do Brasil, Luiz Pondé.

A histérica autora finaliza o seu monte de esterco em forma de texto atacando uma declaração de Gentili, que afirma que o "humor é transgressor por natureza". Ela pergunta exatamente o que o tipo de humor de Gentili está transgredindo. Eu responderia que está transgredindo esse tipo de mentalidade estúpida cultivada pela autora. A mentalidade cultivada pelos defensores de uma postura "politicamente correta" dentro do humorismo. Os defensores de um humorismo sem humor. Os defensores do tabu, da posição de que não se pode "falar sobre isso e falar sobre aquilo".

Por que tantos idiotas atacam figuras inofensivas como Gentili e Rafinha? Por que atacam humoristas ao invés de atacar quem merece ser atacado, figuras espúrias como Renan Calheiros? Até hoje rio quando lembro da pergunta que Gentili fez, cara a cara com Renan Calheiros, dentro de um dos elevadores do Senado: "Senador Renan, nomear o senhor para presidir a Comissão de Ética do Senado não seria a mesma coisa que escolher o Fernandinho Beira-Mar para comandar uma campanha contra as drogas?". Curiosamente, depois desse episódio o CQC foi terminantemente proibido de adentrar novamente as dependências do Senado Federal.

Ela não se cansa de vomitar abobrinhas e afirma que o humorista defende uma "ideologia". Errado. Ele apenas conta piadas para tentar fazer as pessoas rirem. Nada mais. A ideia de que existe uma ideologia camuflada no sub-texto humorístico é paranoia da ideologia feminazi, braço histérico dos patrulheiros do politicamente correto dentro do humorismo. Ela pergunta: "Piadas racistas, homofóbicas, machistas, são novidade em que mundo?". No caso do racismo, foi analfabetismo funcional da parte da autora, como demonstrei parágrafos acima. Ela PENSA que foi uma piada racista, mas não foi. Homofobia e machismo são tumores da sociedade, mas ela trata esses assuntos como tabu, trata como assuntos "proibidos" para humoristas.

A que ponto chegamos: rebaixar o humorismo ao nível de crime. Esses movimentos histéricos como o feminazismo prestam um tremendo desserviço ao tratar humorismo como coisa séria. Devemos ser politicamente corretos, sim, mas o humor que se limita, que se censura, perde muito da graça e deixa de ser humor. Devemos ser politicamente corretos em nosso dia-a-dia, no convívio social, mas humorismo não pode ter função social engajada, pelo menos não intrinsecamente. Humorismo só serve para fazer as pessoas rirem.

A feminazi, em seu último uivo histérico, afirma que transgressor é "quem luta por mudanças". Desde quando o humorismo tem função revolucionária? A única função do humorismo é fazer rir. Por que levar o humorismo a sério? Por que elevá-lo a um patamar que ele não deveria estar? Quando esses movimentos militantes do tipo feminazismo voltarem a sua artilharia para os "representantes" do povo e deixar o humorismo em paz, quem sabe tenhamos alguns esboços do que possa ser considerado germens da mudança. E aí, quem sabe, poderemos vislumbrar um cenário onde coisas sérias possam ser levadas a sério e coisas engraçadas só sirvam para arrancar algumas risadas e depois possam ser esquecidas. Mesmo que essas coisas engraçadas tratem de temas nem tão engraçados assim, que são vistos como tabu por muitos histéricos e exagerados.

Mais um SHOW de analfabetismo de crentes toscos

Mais um resultado de minhas peregrinações em fóruns de temática "Ciência X Religião".


Vamos por partes. Para o crente em questão, basta "olhar à sua volta" para chegar à conclusão de que "nada é por acaso". Mal sabe o analfabeto que não é assim que funciona o método científico. Depois, ele afirma que "não é 'porque o ambiente deu a oportunidade de existir a vida' que nós estamos aqui". Será que ele quis dizer que a vida existiria mesmo se fosse na mancha vermelha de Júpiter? Ou seja, exisitiria de QUALQUER forma em QUALQUER tipo de ambiente? Vai saber... Mas a próxima doeu: "a perfeição do mundo, a nossa perfeição"... Para ele, o mundo é "perfeito". E os desastres naturais como os terremotos, as tsunamis, impactos de asteroides, tempestades tropicais, vulcões em erupção etc. Tudo isso é sinônimo de perfeição? E a perfeição do homem, que tal? Um animal que, apesar da racionalidade, é tão frágil quanto todas as outras espécies do planeta, sujeito a todas as vicissitudes da biosfera, como doenças degenerativas e ameaças externas? Aliás, o que é perfeito neste mundo? Vamos prosseguir, daqui por diante em tópicos, para facilitar as respostas:

"você hoje tem uma família, um lar, todo um mundo fundamentado na existência de um Deus"

A mente humana é que está moldada CULTURALMENTE para acreditar que existe algo transcendente como um "deus". Família é resultado da natureza gregária dos animais.

"as leis sobre as quais você vive, seus costumes, tudo isso deriva do livro sagrado, dos ensinamentos de Deus, que Ele nos deixou, para que nós pudéssemos cada vez mais nos aprimorar."

As leis da sociedade são feitas sobre convenções que dependem da evolução dessas mesmas sociedades. Sabemos que matar é algo ruim não porque alguma entidade invisível revelou a algum profeta, mas por causa de algo chamado "empatia", um sentimento conquistado pela construção gradual da civilização. Não existe um único livro sagrado. O povo da Índia, por exemplo, não está nem aí para a bílbia. Você só segue esse livro inverossímel porque lhe foi imposto culturalmente e você não contesta esse fato. Os ensinamentos do personagem Javé da bíblia são relfexo de um povo belicista e sanguinário, o povo que o inventou, o antigo povo hebreu. No Antigo Testamento, Javé ensina coisas que hoje, por sermos civilizados, consideramos imorais, como as práticas da pedofilia, do incesto, do estupro, do saque, da pilhagem, do genocídio e outras tantas barbaridades. Basta ler o Antigo Testamento para conferir. Quem quiser seguir esses "ensinamentos" só vai aprimorar a sua insanidade.

"Mas, infelizmente, nos dias atuais você é levado cada vez mais a não pensar, a não questionar"

Pelo visto, isso só pode ser aplicado a pessoas com mentalidades tacanhas e medievais como as dos crentes fundamentalistas que não ousam questionar doutrinas imbecis como o cristianismo.

"Pode ver, somos sempre incentivados a não ficar parados, as pessoas tem como ideologia o 'pensa menos e haja mais'."

Não entendi essa apologia do sedentarismo feita pelo crente. Movimentar-se é bom para a saúde. E também não entendi o emprego do verbo "haver". Ou será que ele não sabe que o imperativo do verbo "agir" na primeira pessoa é "aja" (sem "h")?

"Você diz que o mundo surgiu do Big Bang porque lhe disseram que foi assim"

A escola que o crente frequentou é PÉSSIMA, pois ele não sabe o que é RED SHIFT. Além de perpetuar a ideia imbecil de que, em ciência, as teorias são formuladas para serem "acreditadas ou não acreditadas". Os cientistas estão PEIDANDO para se alguém "acredita" ou "não acredita" no Big Bang, eles apenas estudam e divulgam os resultados de seus estudos. Ciência é CONHECIMENTO, não é CRENÇA.

"Se daqui a 20 disserem que o mundo surgiu de outro modo, você iria acreditar e começar a passar essa ideia."

Eu não iria "acreditar", pois a ciência não trabalha para ser "acreditada". Eu exigiria provas. Se as provas fossem mais consistentes do que as da Teoria do Big Bang, não haveria problema algum em haver uma substituição. A Ciência é movida pelo método científico, as crenças religiosas são PETRIFICADAS pelos dogmas.

"Mas a palavra de Deus não muda, ela é sempre a mesma."

Isso significa que você deve matar homossexuais, pois está escrito no livro de Levítico, no Antigo Testamento. E também significa que a escravidão é algo bom, pois recebe a chancela até do personagem "Jesus".

"Já passaram várias religiões, várias teorias científicas, mas a palavra de Deus é imutável e eterna, ela nunca passará."

E outras tantas religiões ainda persistem. Nada indica que o cristianismo durará para sempre. Nos países mais ricos e alfabetizados, crenças imbecis como as baseadas na bíblia estão em decadência. Coisas bizarras como cristianismo só prosperam em países miseráveis da América Latina e da África. Em países como Suécia e Finlândia, as igrejas estão cada vez mais entregues às moscas. Teorias científicas não são dogmas. Se novas evidências são descobertas, as teorias são reformuladas ou substituídas, pois o conhecimento é dinâmico como a realidade. As únicas coisas petrificadas são as mentes dos crentes fanáticos que ficam apegados às suas próprias crenças ridículas.

"(...) ir atrás e estudar, questionar o porque de tudo, e não apenas aceitar o que lhe é imposto, saia da prisão que você entrou ao nascer e busque conhecimento, formule as suas próprias ideias e teorias."

Se um crente fanático realmente se dedicasse a estudar ciência profundamente veria o quão incoerentes e ingênuas são as suas crenças. Por isso mesmo, só posso entender como uma piada a recomendação do crente em questão. Se este crente realmente QUESTIONASSE tudo o que lhe é passado, não aceitaria as INÚMERAS idiotices descritas na bíblia. Se estivesse realmente a fim de buscar conhecimento, desprezaria as igrejas (verdadeiros centros de lavagem cerebral) e buscaria frequentar bibliotecas. E, por fim, o crente é tão tosco que pensa que formular teorias é algo simples, que qualquer um pode fazer. Cada um pode ter as suas ideias malucas (estão aí os criacionistas que não me deixam mentir), mas formular uma teoria é algo que demanda ANOS, talvez DÉCADAS de estudos e pesquisas ÁRDUOS. Mais uma demonstração de analfabetismo científico.

"Comece lendo o mito da caverna, de Platão, e verá do que estou falando"

Platão e Aristóteles foram dois dos maiores responsáveis por SÉCULOS de atraso científico. Aliás, filosofia não é NADA perto do método científico. Por que ficar discutindo "sexo dos anjos" se eu posso usar um instrumento infinitamente superior para corroborar as minas hipóteses, que é o método científico? Crentes tentam se agarrar à filosofia porque sabem que os seus delírios são desmascarados por algo INFINITAMENTE superior a essas masturbações mentais criacionistas: o nosso querido método científico.


Crente tosquíssimo, tão desinformado que não sabe que essa falácia do ferro velho formando um boeing já caiu por terra há muito tempo. Provavelmente, como a maioria dos crentes toscos, deve pensar que o Big Bang foi uma "explosão". A Terra não foi "projetada", cabe ao crente provar que foi, e, ainda por cima, provar que o deus dele é o certo e que os outros milhares de deuses que a humanidade criou são errados.


Dá pena de analfabetos que mal sabem escrever e querem se intrometer em discussões científicas, vomitando falácias. Ignorante que não entende o conceito científico do termo "teoria", pelo visto mal deve ter cursado o ensino médio, quanto mais uma "faculdadezinha". E é engraçado ver um crente falando em "se aprofundar" quando a tosquice o impede de contrariar os dogmas irracionais seguidos por ele. A ciência, pelo menos, pode ser corrigida pelos cientistas. E os toscos que vivem se ufanando pelo fato de que os preceitos ancestrais que seguem são "imutáveis"?

Manifestações de analfabetismo de crentes que ainda acreditam que o homem evoluiu do macaco


Estava eu dando um passeio em um desses fóruns de discussão Ciência X Religião e eis que vislumbrei um tópico assaz provocativo: "Se o homem evoluiu do macaco, por que ainda existem macacos? Por que os macacos pararam de evoluir?". O bom senso recomendaria que essa pergunta fosse dirigida a algum professor com pelo menos um mestrado em biologia evolutiva (NUNCA a um graduando, pois entre eles há MUITOS fanáticos religiosos). Mas o fato é que uma pergunta dessa em um fórum livre chama a atenção de muita gente, PRINCIPALMENTE de leigos e, entre esses, MUITOS fanáticos religiosos. O show de analfabetismo que tive o desprazer de ler entre os comentários de religiosos foi enorme. Aqui, peguei apenas oito exemplos do que de pior a ideologia fundamentalista pode produzir. As críticas são direcionadas à mentalidade fundamentalista, não às pessoas, que não são identificadas nunca.


Esse crente analfabeto não precisa de muito esforço para se envergonhar. A impressão é que crenças como o cristianismo só encontram guarida no meio de gente assim, analfabeta ou semi-alfabetizada. Além de não possuir nenhuma prova histórica de que o personagem por ele referido tenha tido uma existência objetiva, ele ainda é tão burro que embarca na grande mentira (inventada por religiosos) de que o homem evoluiu do macaco. Além, óbvio, de não conseguir explicar racionalmente POR QUE é necessário um sacrifício sanguinário para expiar alguma culpa.


Na cabeça tosca de um crente analfabeto como esse a ideia primitiva de uma entidade invisível criadora faz "sentido". Mas cientistas usam o método científico e não fábulas da Idade do Bronze para encontrar respostas. O crente está tão acomodado na sua ignorância e burrice que o conhecimento, para ele, é coisa de quem "NAO TEM O QUI FAZER" (pelo menos não escreveu "fazer" com "s").


Mais uma amostra pública de analfabetismo científico por parte de um crente tosco. A Teoria da Evolução é discutida, mas não é contestada. A evolução só não é comprovada cientificamente no mundo torto dos fundamentalistas e crentes toscos em geral. Para quem vive na realidade, a evolução é fato. Para encerrar, uma das marcas registradas de crente tosco: "são tudo teorias" (aposto que a maioria dos crentes toscos como este, desconhece o conceito científico do termo "teoria").


Claro que o homem não vei do macaco, isso é distorção de crente tosco que outros crentes toscos ficam papagaiando até hoje. O crente cita só as coisas "bonitinhas" da natureza e se esquece das imperfeições (a natureza está cheia delas). A Teoria da Evolução trata da evolução das espécies e não da evolução de "tudo", como o crente tosco afirma. Amostras de fósseis existem aos montes, só os crentes mais idiotas insistem em fechar os olhos para a realidade. Para finalizar, frase típica de crente com déficit intelectual: "Dues criou o homem e a mulher e somos frutos dessa criação e um dia tosdo olho o verá". "Dues"? "tosdo"? O analfabeto mal sabe formular uma sentença, quem dirá provar cientificamente as suas alegações...


O analfabetismo deste crente em questão fala por ele.


Tolo é quem ofende a ortografia e escreve coisas como "tolisse".


Como seria essa sentença se tivesse sido escrita em português? Aliás, que idioma é esse no qual o crente tentou se expressar?


As pessoas racionais e ALFABETIZADAS aceitam fatos que são corroborados pelo método científico. Como um crente tosco que mal sabe escrever poderia provar cientificamente a existência de personagens aparentemente mitológicos como o tal de Caim?

A Extrema Debilidade Mental dos Acéfalos Seguidores do Pastor Feliciano

Uma das falácias mais ridículas que alguns estúpidos seguidores do pastor Marco Feliciano estão usando é a de que a opinião pública deveria esquecer as demonstrações públicas de nazismo por parte do nazipastor para se concentrar em outros tipos igualmente espúrios, como Genoíno e João Paulo Cunha, que, por hora, ocupam cadeiras na CCJ. Para desmascarar essa falácia, poderíamos dizer que essa artimanha usada por esses idiotas seria a mesma coisa que um defensor do Maníaco do Parque pedisse para que a opinião pública esquecesse o Maníaco e o deixasse livre porque há estupradores piores do que ele soltos por aí. Só mesmo outros acéfalos estúpidos para caírem nessa falácia.

Nos vários sites da internet que veiculam notícias sobre o repugnante nazipastor (que, infelizmente, também é deputado), torna-se inacreditável a avalanche de fezes verbais que esses acéfalos defecam em seus teclados, só para tentar defender o indefensável. Abaixo, apenas alguns exemplos devidamente comentados do surto de acefalia por parte dos fanáticos defensores do nazipastor:


Um traço comum que une os nazi-evangélicos é o analfabetismo, como se pode notar nessa pequena mensagem. Essa tentativa canhestra de comunicação é tão tosca, tão ininteligível, que nem vale a pena tentar comentar em detalhes. O que se pode depreender vagamente é que ela considera que a manifestação de nazismo por parte de uma cantora brega é elogiável e a declaração de homossexualidade de outra cantora brega é condenável. A cantora brega que a crente tosca defende declarou, de forma odiosa, que era contra o fato de que homossexuais tenham direitos civis assegurados. Já a outra cantora brega simplesmente declarou publicamente o seu amor por outra mulher e, por isso, segundo a mentalidade medieval e sanguinária da crente psicótica em questão, deveria ser duramente criticada.


O imbecil afirma que a matéria é forçada porque ela atenta contra os ideais de perseguição contra minorias cultivada por acéfalos como ele. O imbecil afirma também que é a mídia que joga a opinião pública contra o nazipastor e nem tenta defender as atrocidades verbais proferidas pelo nazipastor porque são realmente indefensáveis. Como sabe que não tem como defender o traste, o imbecil apela, dizendo que é a mídia que está perseguindo o "pobrezinho", que não pode nem perseguir minorias em paz. Feliciano pode defecar as suas fezes verbais à vontade, só é inaceitável que alguém com o perfil dele ocupe o cargo que ele ocupa. E quanto ao vaticínio a respeito de Caetano Veloso, o crente, além de analfabeto, é desinformado: Caetano é ateu. Um ateu dificilmente praticará uma "macumbinha".


Caetano e Lennon deixaram obras artísticas de grande valor para a posteridade. Apenas isso. O crente retardado em questão ataca com o imbecil argumento de que as pessoas que desmascaram o nazismo de Feliciano estão sendo "manipuladas pela mídia". Pelo visto, trata-se de outro acéfalo que não se dá conta das barbaridades proferidas por esse tipo repugnante que, infelizmente, por termos uma massa de analfabetos imbecis e desinformados que VOTA, está no Congresso.


Por que vocês estão pegando tanto no pé do Fernandinho Beira-Mar? Por que não pegam no pé do Nardoni, do Champinha, do Maníaco do Parque? Coitadinho do Fernandinho Beira-Mar, tão perseguido injustamente, coitado... Aí aparece um outro nazista mais abaixo e deixa um comentário sobre a sexualidade dos administradores do site que publicou a notícia das alucinações do nazipastor. Um comentário tão estúpido e nada surpreendente vindo de um crente débil mental.


Este crente estúpido quer que, só porque dois canalhas estão na CCJ, o povo esqueça do canalha que está na comissão de direitos humanos da câmara. O raciocínio do crente é mais ou menos este: "Por que limpar a bosta de cachorro que está embaixo de seu sapato? Ela nem está fedendo tanto assim. Ao invés disso, você deveria se preocupar com o esterco que está ali na sala. Esse sim, está fedendo muito mais. Limpe o esterco da sala e esqueça dessa bosta aí no seu sapato, ela nem está fedendo tanto..." Com respeito às "frases pinçadas", o nazipastor tem todo o direito de proferir os seus delírios religiosos, mas nunca deveria ter assumido o cargo que ocupa, incompatível para uma pessoa com o perfil dele. "Missões na África" até portugueses e espanhóis mercadores de escravos já fizeram, isso não quer dizer nada. E, para finalizar o bolo de merda do crente, a cantilena da "perseguição da mídia", como forma de defender o indefensável.


Estratégia de se fingir de "coitadinho", a chamada "falácia do coitadismo". O monstro em questão que aparece esbravejando é o nazipastor, não é nenhuma minoria dizendo que "evangélico tem que ser linchado".


Em primeiro lugar, é muito cinismo um crente tosco falar em "lavagem cerebral". Depois, chama um pastor espumando de ódio e preconceito de "bode expiatório". Em segundo lugar, o crente tosco cospe uma falácia, dizendo que, por termos "assuntos mais importantes", deveríamos deixar um nazipastor exercendo seu ódio sem criticá-lo. Em terceiro lugar, o crime de atentado ao pudor vale tanto para casais heterossexuais quanto para casais gays. Demonstrações de erotismo em público é crime, sem distinções, CRENTE BURRO. E, por último, o idiota fala em "plebiscito", confundindo democracia com ditadura da maioria. A democracia existe para garantir direitos individuais até mesmo de minorias.


Este, pelo menos, não é hipócrita e não esconde que é um nazista escroto cuja mentalidade não vale mais do que aquilo que sai do reto de um cachorro sem dono.


Segundo a mente perturbada deste infeliz, a pessoa que prestar atenção nas pregações do nazipastor defendido por ele poderá alcançar um estado de "arrependimento". Sinceramente, quem em sã consciência poderia abraçar uma doutrina estúpida só porque viu uma pregação de um nazipastor psicótico babando de ódio e berrando que um cantor de música pop morreu porque disse 14 anos antes de ser assassinado que ele e seus amigos eram mais populares que um ser imaginário cultuado por débeis mentais ao redor do mundo? Quem? QUEM?

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Refutando Uma Refutação ao Dragão na Garagem de Carl Sagan


"A história vai assim: alguém ALEGA para outra pessoa que possui um Dragão na sua garagem."

Da mesma forma que um crente retardado TAMBÉM ALEGA que existe um ser invisível que criou o universo, fez um monte de merda, mas, para encobrir as merdas que ele próprio fez, assassina o próprio filho com uma cruz de madeira enfiada no rabo para que ele ressuscite três dias depois de morto. OK. Até agora, NENHUMA diferença entre o mito deus e o mito dragão. Ambos são alegações sem provas.

"O outro vai até lá e não vê nada. Ele sugere alguns testes, mas a primeira pessoa tem alguma desculpa para os testes não funcionarem. Dessa forma, no fim, fica impossível verificar se o Dragão existe ou não."

Assim como deuses de merda como o YHWH hebraico. Qual é a desculpa esfarrapada que os crentes dão para que o deusinho mequetrefe deles não passe pelo método científico? "Ah, Deus é um ser metafísico, sua existência não pode ser provada por meios materiais, e sim pela filosofia". Olha só, podemos aplicar a mesmíssima desculpa para o dragão invisível! Isso, porque através de "argumentos filosóficos" pode-se "provar" as coisas mais absurdas, desde a existência de deuses até a honestidade da maioria dos políticos do Brasil.

"A conclusão retirada pelo neo-ateu é que se trata do mesmo caso para a existência de Deus."

Não só do deusinho de quinta categoria da mitologia hebraica como de todos os outros deuses de todas as outras mitologias.

"O primeiro erro crasso da história é fazer uma analogia entre um ser FÍSICO por definição (um dragão) e um ser metafísico – Deus."

Como é que é? O dragão é um ser físico POR DEFINIÇÃO? Se for, QUEM definiu isso? Com base EM QUÊ? DESDE QUANDO alguém já conseguiu provar cientificamente que dragões existem ou já existiram? Onde está o artigo científico que PROVA a existência FÍSICA de dragões? Com respeito à metafísica, trata-se de algo tão útil quanto papel higiênico usado. Sabem qual o valor da metafísica na comunidade científica? NENHUM! Portanto, essa conversa fiada de "ser metafísico" não tem qualquer embasamento científico. Cientistas se guiam por evidências, não por "argumentos metafísicos".

"Essa é a falácia da Inversão de Planos."

A falácia aqui, por parte do crente, é a da comparação indevida. Como eu deixei claro acima, dragões e deuses são seres mitológicos. Portanto, estão SIM no mesmo plano. Se alguém praticou falácia aqui, foi o crente. Além disso, ainda afirmou que um dragão é um "ser físico" sem apresentar provas.

"A alegação da existência de algo físico é verificada empiricamente."

Ele não provou que dragões são seres físicos e continua insistindo com essa bobagem.

"Já a discussão sobre a existência de algo metafísico é discutido no plano FILOSÓFICO, que está um nível acima do científico."

Quer dizer que a metafísica está "acima" da ciência, não é mesmo? Um afirmação dessa só pode ser piada. Não existe o que os crentes chamam de "prova filosófica". Tente passar um artigo científico baseado apenas em "argumentos metafísicos" em um processo de revisão de pares. Só vai conseguir arrancar risadas da bancada de cientistas que revisarem o artigo.

"Nesse caso, a ausência de evidências empíricas esperadas para algo empírico é suficiente para dizer que esse algo não existe."

Um dragão invisível é algo empírico? O crente só pode estar de brincadeira...

"Claro que a refutação, seguindo a linha da história de Sagan, que vem em 95% dos casos é: 'Mas esse Dragão não é um Dragão comum; é um Dragão imaterial e espiritual'. Mas um ser que não tenha forma nem características físicas pode sequer ser chamado de Dragão?"

É a fé daquele que acredita no dragão. Ele vê e conversa com o dragão, e a fé dele não pode ser questionada. Os desígnios do dragão são misteriosos. Abra o seu coração para o dragão, tenha fé nele e você entenderá os mistérios da fé. Lembre-se que o dragão é invisível, ele é um ser "metafísico", "espiritual", e, portanto, "as coisas espirituais se discernem espiritualmente". Não seja ateu, creia no dragão e você o verá.

"Esse é o estratagema erístico da Distinção de Emergência. Palavras e nomes não surgem sem causa do nada; eles se referem a entes específicos de acordo com a necessidade de indicar historicamente, sendo que cada nome possibilita o entendimento e a diferenciação dos entes. E o que diferencia os seres físicos um dos outros são suas características essenciais de forma e etc. Como sabemos que uma flor não é uma pedra? Pelas suas características físicas. Mas se um ente X perde TODAS suas características físicas, como ainda podemos chamá-lo pelo seu nome físico? Essa seria uma violação absurda de qualquer noção de identidade."

Ué, mas o personagem YHWH é antropomorfizado no Gênesis, quando se diz que "o homem foi feito à sua imagem e semelhança". Geralmente ele não recebe representações pictóricas, mas isso não é uma regra. Pela descrição do Gênesis já é possível formar uma imagem mental do personagem em questão, como o fez, por exemplo, Michelangelo em sua pintura da Capela Sistina. Por mais que os crentes esperneiem, o personagem YHWH tem características físicas, sim, pois é uma representação antropomorfizada do próprio homem.

"E o que diferencia os seres físicos um dos outros são suas características essenciais de forma e etc. Como sabemos que uma flor não é uma pedra? Pelas suas características físicas. Mas se um ente X perde TODAS suas características físicas, como ainda podemos chamá-lo pelo seu nome físico? Essa seria uma violação absurda de qualquer noção de identidade."

Baseado em quê pode-se afirmar com 100% de certeza que um "espírito" não possui características físicas? O crente em YHWH é um ateu, pois ele não acredita no dragão. Esses ateus...
"Então se ele alegou que era um Dragão com 'fogo' e 'ventas', deveria ser físico; se não é físico, então é outra coisa e a história já poderia terminar por aí."

Termina na usa cabeça. Na cabeça de quem acredita no dragão só está começando. Por que DEVERIA ser físico, o crente não explica, pois o "fogo" pode ser um fogo espiritual, e as "ventas" igualmente.

"Nessa hora, ele pode desistir de chamá-lo de Dragão e dizer: 'Ok, realmente não tem lógica chamar um ser imaterial de Dragão. Mas como você sabe que não existe algo imaterial na minha garagem?'."
Também não tem o menor cabimento afirmar a existência de um ser invisível que, hipoteticamente, teria criado tudo no universo sem apresentar uma única prova. E outra: esse crente está comprando briga com o kardecismo, já que essa doutrina afirma existir representações perfeitas no "mundo espiritual" de tudo o que existe no "mundo material". Por que não existiria um dragão, mesmo que esse personagem não passe de ficção por aqui, no que os kardecistas chamam de "mundo material"?

"Como eu expliquei, aí entramos em uma discussão que é filosófica, não científica."

Claro, crentes precisam da masturbação mental oferecida pela filosofia para dar um verniz de seriedade aos seus delírios. Eles sabem que não conseguem empregar o método científico para provar as suas alegações, por isso apelam para esse joguinho de falácias que só a filosofia pode oferecer.

"E temos que providenciar justificativas filosóficas para a alegação."

Lá vem mais do mesmo, quer ver?

"A resposta deveria ser uma de três: '(a) Eu sei que não há, porque eu tenho argumentos CONTRA a existência do ser sem forma imaterial na sua garagem;' '(b) Eu não sei se há, pois eu não tenho argumentos contra, nem a favor;' '(c) Eu sei que há, pois eu tenho argumentos a favor da existência desse ser;'."

Talvez o crente no dragão respondesse assim:
(a) Eu não quero argumentos, quero PROVAS. Não sabe a diferença entre um e outro?
(b) Eu sei que há, e argumentos de ateus como você não me interessam. Você precisa ter FÉ para saber que o dragão existe.
(c) Sim, você tem fé, assim como eu. Esqueça esses ateus e esse papo furado de "método científico".

"No caso de Deus, temos livros e livros de filosofia que tratam da racionalidade da crença em Deus e da Sua existência."

Livro qualquer um pode escrever sobre qualquer coisa. Troque a palavra "deus" e coloque "saci pererê" no lugar, e vai dar na mesma. Existe algum artigo científico que passou por revisão de pares e que foi publicado em periódico indexado que comprove a existência desse deusinho de merda que gosta de brincar de esconde-esconde e que precisa de gente tosca pra defendê-lo? E crenças não são certezas. A existência do personagem da preferência do crente continua dependendo de fé.

"E o ser sem forma e imaterial na garagem dele? Fica difícil citar qualquer livro na história da Filosofia falando do pseudo-Dragão na garagem."

Ué, mas em determinado momento na História alguém decidiu começar a escrever sobre deuses (e não "deus", no singular, pois o monoteísmo é uma invenção bem recente). O crente no dragão pode querer desenvolver toda uma "dragonologia" em cima de sua crença e começar a escrever livros, já que o "argumento" usado aqui é a falta de uma bibliografia.

"Só por aí já dá para ver que a situação epistêmica para o conhecimento de Deus é DIFERENTE para o conhecimento do pseudo-Dragão. Logo, o pseudo-Dragão NÃO pode ser comparado a Deus."

Entre epistemologia e um monte de esterco, o segundo é muito mais útil. Deuses e dragões, por mais que crentes esperneiem, são seres para os quais não existe a menor evidência de existência objetiva. Não são "livros de filosofia" que determinam se algo existe ou não, pois não existe o que os crentes chamam de "prova filosófica". Através de masturbações mentais filosóficas pode-se "provar" a existência das coisas mais absurdas.

"Detalhe que esse sequer é um argumento CONTRA a existência de Deus."

Não, não é. E nem é contra a existência de Shiva ou de qualquer outro personagem. Mas explicita o absurdo das crenças pessoais que querem se impor como se fossem conhecimento. E que o método para se obter conhecimento não passa nem por perto disso que os crentes chamam de "fé".

"No máximo, teríamos que adotar uma postura agnóstica sobre o assunto até ter justificativa contra."

Não faz a menor diferença.

"Mas talvez o objetivo fosse dizer que a crença em Deus é injustificada do ponto de vista do conhecimento e algo como 'alegações que não podem ser testadas e afirmações imunes a refutações não possuem caráter verídico'."

Poderiam até ser verdade, mas quantas coisas que nem sequer supomos existir podem existir sem que sequer imaginemos que existam? Ficar com masturbação mental, cogitando coisas improváveis é pura perda de tempo e leva ao fanatismo, por querer impor uma mera crença como se fosse uma verdade absoluta.

"Mas como foi visto, tal idéia é falsa."

Não, não foi. Os critérios usados são MUITO duvidosos.

"EXISTE uma base para justificar a crença em Deus."

Sim, existem VÁRIAS bases. Esquizofrenia é uma delas. Outra (a mais usada) é a pura vontade de acreditar, a vontade de que seja verdade. Mas nem sempre o mundo é do jeito que gostaríamos que fosse.

"Da mesma forma, também não é verdade que toda crença sem justificativa ou irrefutável é injustificada ou 'não possui caráter verídico'."

Possui caráter duvidoso.

"Eu tenho várias crenças que não posso justificar"

Eu também, e guardo as mesmas para mim. Ideias que não podem ser justificadas devem ou cair no limbo do esquecimento ou ser guardadas para si próprio.

"mas nem por isso elas são irracionais."

Depende. Uma crença em imortalidade, por exemplo, pode ser derivada da simples vontade de viver para sempre, que, por sua vez, é derivada do instinto de sobrevivência. E instintos são impulsos irracionais.

"Por exemplo: não posso provar que existem outras mentes em outras pessoas. Não posso provar que o mundo externo realmente existe – no máximo, posso adotar isso como uma postura prática."

Masturbação mental ('mental", aqui, no sentido de "cerebral"). Primeiro, o conceito de "mente" é muito controverso. Depois, é preciso conceituar o que é existência, já que a mesma se manifesta em dois sentidos: o subjetivo e o objetivo. No sentido subjetivo, deuses existem, sim. No objetivo, essa existência é duvidosa. Quanto ao mundo, existe objetivamente, embora no nível subjetivo possamos duvidar de sua existência.

"E por isso, eu devo achar que a alegação 'outras mentes existem' não tem valor de verdade? Dificilmente."

"Dificilmente" já diz tudo.

"Essa é uma crença que tenho, que faz sentido com minhas experiências e que, mesmo não tendo justificativa, é útil para meu entendimento do mundo."

"Minhas experiências": evidência anedótica.

"Não há nada de irracional em aceitar essa idéia e muito menos em acreditar que só porque não tenho uma prova disso ela é falsa (lembra a falácia Se não há provas que existe, então não existe)."

Tentou esculachar Carl Sagan, mas se aproveitou de um conceito que foi muito usado por ele: ausência de evidência não significa necessariamente evidência de ausência.

"Enfim, os pontos principais:"

Vamos a eles...

"(1) A comparação de Deus com um Dragão é inversão de planos;"

Não, não é, já que ambos possuem existência duvidosa.

"(2) Se a alegação for de um Dragão imaterial, então é a falácia da Distinção de Emergência, pois algo imaterial não é um Dragão;"

Eu posso formar a imagem mental do que eu imagino que seja um dragão. E uma imagem mental não é algo material.

"(3) Se a alegação for sobre a existência de coisas imateriais, então podemos ir para argumentos contra e a favor da existência;"

Argumentos abundam e invariavelmente desabam em bate-bocas inúteis. O que falta são evidências.

"(4) Há argumentos para a existência de Deus e não há para o pseudo-Dragão, o que os coloca em situações DIFERENTES;"

Há "argumentos" para a existência de qualquer personagem que o crente quiser. Só não há evidências. Nisso, deuses e dragões se igualam.

"(5) Portanto, a analogia falha;"

Wishful thinking.

"Conclusão: O estratagema falha em todos os pontos. O que se dá para tirar daí é que a mentalidade cientificista ainda anda em voga e que o básico de filosofia já é um bom antídoto contra esses erros."

Não, não falha. "Cientificismo" não passa de espantalho de crente. E o "básico de filosofia" não serve para absolutamente nada. Cientistas não perdem tempo com masturbações mentais. Eles possuem algo infinitamente superior para auxiliá-los no árduo caminho em busca do conhecimento: o método científico.

O Crente Que Urubuzou O Jornalista Paulo Lopes


Como é de conhecimento público, o jornalista Paulo Lopes sofreu um infarto. Ele, que mantém há anos um blog onde denuncia as atrocidades cometidas por fundamentalistas religiosos e a irracionalidade das religiões. Como não poderia deixar de ser, os urubus do fundamentalismo se aproveitaram desse lamentável fato para tentar converter o jornalista. Num texto bisonho, o leitor Claudecir começa dizendo que ficou comovido com o triste acontecimento. Até aí, tudo bem.

Em seguida, ele diz que, para um ateu, a doutrina cristã da "salvação" é ofensiva. Não, não é. É apenas idiota. Não existe NENHUMA comprovação científica de que exista vida depois da morte. E, mesmo que existisse, caberia ao crente PROVAR àquele que ele está a fim de "converter" de que a "realidade sobrenatural" por ele defendida é mais "verdadeira" do que a "realidade sobrenatural" defendida, por exemplo, pelos kardecistas. Caberia ao crente cristão provar que, ao invés de "evolução espiritual através de sucessivas reencarnações", o "espírito" passaria pelo que está descrito literalmente na bíblia.

Para o leitor em questão, quem não entende o primitivo texto do NT está com o "coração armado". Típico argumento falacioso de apelo à emoção. Céticos e ateus são racionais, coisa que a maioria dos fundamentalistas parece desconhecer. Tanto é, que ele sugere que o jornalista "desligue" o intelecto para poder "entender" a mensagem da bíblia. Só assim para um crente rebaixar um cético ou um ateu à condição do esgoto intelectual do fundamentalismo. Pura falácia ad hoc na frase: "as coisas espirituais não podem ser discernidas intelectualmente."

A falta de respeito começa no terceiro parágrafo. O crente afirma que a perspectiva do jornalista acerca da vida é "pobre". E o que seria, na visão do crente, uma perspectiva "rica"? Viver confiando em uma mitologia ancestral, que nem um esquizofrênico? Comportar-se igual um retardado que confia em uma ilusão? Depois de se julgar superior ao jornalista, o crente faz as costumeiras ameaças de crédulo desesperado e sem argumentos racionais. Ele parece delirar e diz que o jornalista será "prisioneiro das consequências de suas escolhas."

Em seguida, vem a "aula" de cosmologia e biologia: "Acha mesmo que um universo tão complexo surgiu do nada e evoluiu até a existência do homem no único planeta do sistema solar em condições exatas para a vida? Se estudar o cosmo, verá uma imensidão de galáxias, se estudar os seres vivos encontrará uma complexidade de tipos e tamanhos (do macro ao micro) e o que dizer da flora?!!". Sabe o que isso quer dizer? NADA! Ele pergunta "acha", mas ateus não acham nada, ateus estudam, pesquisam e duvidam. Quem costuma "achar" é fundamentalista, achando chifre em cabeça de gato e desprezando a Navalha de Ockham ao formular ideias idiotas como essa de "criacionismo", adicionando complexidades sem resolvê-las.

Se o crente REALMENTE estudasse cosmologia para valer, saberia que buracos negros (os objetos mais monstruosos do universo) engolem tudo num raio de alguns trilhões de quilômetros; saberia que galáxias colidem; saberia que supernovas explodem liberando quantidades absurdas de energia devastadoramente destruidora; saberia que planetas saem de suas órbitas e colidem com outros (a nossa lua foi formada assim); saberia que, na natureza, predadores estraçalham suas presas, fisicamente inferiores e vítimas fáceis de um ciclo cruel de morte que mantém a vida; saberia que a vida humana é tão frágil que pode ser aniquilada por uma simples bactéria. Se tudo isso é obra de um "planejador inteligente", parece que ele não é tão inteligente assim... Ou deve ser um sádico de marca maior.

Em seguida, o crente não se conforma com a realidade de que tudo acaba. Pobre ser humano... Se agarra a ilusões tão débeis... Mas o pior é o tipo fundamentalista, que, além de se alienar no mar da ilusão religiosa, ainda tenta arrastar outros para essa cadeia de delusão, nessa hedionda godelusion. Que tipo de doença mental é essa em que a vítima ainda deseja que outros sofram do mesmo mal, que fiquem delirando que existe uma "outra realidade" (coisa de esquizofrênico), que sigam mitos ancestrais inventados por povos sanguinários e genocidas?

Prosseguindo, o crente dispara a sua máquina de achismos: "Tem que existir um criador que tem um plano para tudo isso e nós somos seu foco principal. Tem que existir uma eternidade, caso contrário essa vida temporal não teria sentido." Como vemos, a vida TEM que ser como o crente quer, ele não aceita a realidade e adota uma "realidade alternativa". E novamente o papo furado de que para tudo TEM que ter um sentido. É curioso ver a falta de sofisticação de alguns crentes em adotar ideias ingênuas e tentar moldar a realidade de acordo com os seus desejos íntimos. Nem vou me aprofundar muito nesse assunto porque não sou psiquiatra...

No final, uma tirada que eu não sei se é ironia ou ingenuidade... Acho que a segunda opção é a certa: "ter fé em Deus é uma questão de pura inteligência". Obviamente ele se refere ao personagem bíblico. Mas, obviamente, se esquece de que a humanidade já inventou milhares de outros deuses e que esse deusinho hebraico YHVW é apenas um dentre todos eles. Ou seja, ter fé nesse deus que ele escolheu não é uma questão de inteligência, é uma questão geográfica. Se ele tivesse nascido na Índia, provavelmente estaria rezando para Shiva. Ou Ganesha. Ou Krishna. Ou todos eles.

A cereja do bolo fecal evangélico vem bem no final. Deve ser a milionésima vez que eu vejo um crente disparar a imbecil "aposta de Pascal". Além de ser uma aposta que privilegia uma única religião (existe UMA religião certa? Ou TODAS? Ou NENHUMA?), ainda lança uma falsa dicotomia ("céu e inferno"). Depois de tantas falácias, mais uma para finalizar, desta vez um ad baculum: "Pense nisso pois ainda dá tempo de fazer a escolha certa." Mas quem disse ao crente que ELE PRÓPRIO fez isso que ele chama de "escolha certa"? Algum crente diria que é a "voz de deus" e eu diria que já ouvi isso antes em algum filme ("i see dead people...").

O que mais choca é essa coisa de ficar urubuzando um ser humano que está passando por uma situação delicada em sua vida. E eu não deveria ficar chocado, pois já estive hospitalizado e já tive a chance de testemunhar crentes fanáticos entrando no quarto dos pacientes não para ajudar, mas para tentar empurrar abobrinhas bíblicas para pessoas que passam por situações nada fáceis. É um comportamento nem um pouco ético, mas é impossível fazer com que um fanático religioso entenda o quanto está sendo inconveniente. De minha parte, desejo melhoras ao jornalista Paulo Lopes.

Resposta ao Vídeo "Sobre 'Neo ateus' de Facebook" da Julia Jolie


"Quem que já viu alguém se converter por causa de alguma postagem no Facebook?"

Postagens ateístas no Facebook não precisam ter necessariamente essa intenção. Geralmente essas postagens são feitas mais para marcar posição.

"Eu, sinceramente, não entendo esse movimento de neoateus que tomou conta da internet"

Não tomou conta, é impressão sua. Se todos os segmentos estão hoje representados, é sinal da democracia da internet. E o termo "neoateu" já tomou ares de pejorativo, pois é muito usado por muitos fanáticos religiosos raivosos. É estranho que alguém que queira fazer uma crítica construtiva (como parece ser o caso da Julia) se utilize desse termo.

"Sério mesmo que vocês acham que xingando as pessoas, que sendo tão radicais quanto os próprios religiosos que vocês criticam e usando argumentos totalmente sem fundamento ou piadinhas vocês vão conseguir mudar alguma coisa no mundo?"

Radicais os ateus precisam ser. O contrário de radical é superficial. Radical, como a própria etimologia do termo diz, é quem vai às raízes, quem aborda algo profundamente. Talvez a Julia tenha querido usar o termo "extremista", mas eu nunca vi um ateu ameaçar de morte ou com o inferno alguém que não concorda com suas ideias. E a "treta" dos ateus não é com religiosos, mas com fundamentalistas. São esses que enchem o saco e atrapalham a democracia. A Julia não cita exatamente qual argumento ateísta é "sem fundamento", portanto, não dá para fazer uma réplica sobre isso. Com relação ao que ela chama de "piadinhas", isso não é feito com a intenção de "mudar alguma coisa no mundo". É apenas reflexo da natureza esdrúxula das doutrinas religiosas. Um dos melhores documentários dos últimos anos aborda justamente esse assunto. O humorista Bill Maher escancara o lado risível das doutrinas religiosas no excelente "Religulous - Religiões Ridículas". Vale a pena conferir esse documentário.

"Sério mesmo. Eu, sinceramente, acho que esse tipo de ataque às religiões chega até a fortalecer a crença de algumas pessoas"

A Julia se esqueceu de dizer que o contrário também é verdade: a postura ridícula, intransigente, intolerante, medieval, burra e extremista dos fundamentalistas fortalece cada vez mais a descrença de céticos, ateus e de alguns agnósticos. E até de muitos religiosos. Conheço religiosos que não gostam dessa corja de fanáticos que tentam impor as suas crenças como se fossem verdades. E o "objetivo" dos ateus, volto a repetir, não é o de "converter" ninguém, pois proselitismo é coisa de fanático religioso. Para um ateu pouco ou nada importa se alguém resolveu ser ateu ou continuar religiosa, pois nós respeitamos o direito individual de crença de cada um.

"Vocês criam uma espécie de inimigo contra as religiões e esperam que as pessoas magicamente passem a acreditar na Teoria do Big Bang."

Teoria do Big Bang nada tem a ver com ateísmo. É ciência pura. Inclusive, foi formulada por um padre. Há religiosos que a defendem ferrenhamente (inclusive fundamentalistas, basta pesquisar em vários fóruns antigos do Orkut). Ateus defendem a ciência e o método científico. E como o big bang é corroborado pelo método científico, não há por quê considerá-lo falso, caso contrário, não seria nem teoria.

"Vocês criticam a crença dos outros por eles não terem embasamento teórico para isso, mas, sinceramente, a maioria de vocês não estudou o suficiente para ter embasamento teórico para a Teoria do Big Bang também."

Não, Julia, a Teoria do Big Bang é a ÚNICA teoria que explica satisfatoriamente a expansão contínua do universo. E ela foi comprovada por algo chamado RED SHIFT. Só religiosos mais estúpidos fecham os olhos para as evidências. Religiosos mais esclarecidos e até alguns fundamentalistas aceitam tranquilamente a Teoria do Big Bang (e, mesmo que não aceitassem, não faria a menor diferença, pois não estamos mais na Idade Média e os cientistas não precisam mais do aval de religiosos para publicarem seus trabalhos). Quando você fala de "maioria", eu fico meio na dúvida, não sei de onde você tirou essas estatísticas...

"Eu, particularmente, sou ateia".

Que bom.

"Eu, sinceramente, não sei o que faria uma pessoa se converter, mas eu sei que isso não tá funcionando."

Sinto muito que você pense que postagens ateístas no Facebook são feitas para "converter" as pessoas...

"E eu acho que são, é uma coisa que tem quer ser, partir de dentro da pessoa"

É assim que acontece. É a consciência de que a religião é uma criação cultural humana, inútil e ridícula. Mas isso não impede que as pessoas que já conquistaram essa consciência não possam declarar isso sem medo. Estamos numa democracia, não?

"Muita gente é religiosa por causa de coisas que elas passaram na vida, por, pela forma como elas foram criadas e isso é muito difícil de você tirar delas."

Sim, entra nisso a lavagem cerebral, a evidência anedótica e o desamparo do ser humano diante do vazio da existência. Mas quem disse que TODOS os ateus se preocupam em "mudar" o pensamento desse tipo de gente?

"Aliás, a religião, na maioria dos casos, não interfere tanto assim em como ela se comporta ou como ela age, ou os valores morais dela."

Concordo.

"A maioria das pessoas só retira da bíblia o que convém para ela"

Nisso, a bíblia não difere de nenhum livro best seller de autoajuda.

"São poucos, são poucas as pessoas hoje em dia que vão seguir a bíblia ao pé da letra".

A essas, damos o nome de "fundamentalistas". Interpretam os fundamentos de seus "livros sagrados" literalmente, ao pé da letra. Esses são os chatos, os ameaçadores, os terroristas de cristo. Como você disse, são poucos, mas fazem um estrago muito grande. Por isso, devem ser desmascarados publicamente em suas falácias.

"Vocês ficam atacando certas partes da bíblia que não fazem mais sentido hoje em dia."

É justamente por isso que precisam ser atacadas, porque, por incrível que pareça, ainda existem fundamentalistas que enganam pessoas mais ingênuas dizendo que coisas absurdas como "o dia parado de Josué" são a mais pura verdade. A intenção não é nem de abrir os olhos dessas pessoas ingênuas, pois você mesmo afirmou que é muito difícil fazer uma pessoa assim despertar de seu sono dogmático, mas para desmascarar o cinismo dos fundamentalistas, que continuam insistindo com essa postura ridícula em afirmar que foi verdade que Jonas foi engolido por uma baleia (ou por um "peixe grande"). O nível de retardo mental de alguns crentes é tão enorme que eu já ouvi certa vez um crente dizer que se estivesse escrito na bíblia que foi Jonas quem engoliu a baleia, ele iria considerar verdade, só porque está na bíblia, veja só que absurdo.

"Os próprios religiosos já devem estar cansados de ouvir as incoerências da bíblia. Mas não é isso que faz eles acreditarem, não é isso que vai deixar de fazer eles acreditarem."

Não é essa a intenção. A luta contra o fanatismo religioso é como a luta contra as drogas. O fanático que já tem o cérebro cauterizado pelas doutrinas que segue nem vai prestar atenção em argumentos racionais. É como chegar em um viciado em cocaína e dizer: "Hei, pare de cheirar cocaína, isso vai detonar o seu cérebro!". É por isso que afirmei logo acima que a intenção das postagens ateístas no Facebook não é a de "converter" ninguém, pois concordamos que é perda de tempo. É claro que todos gostaríamos de viver em um mundo mais racional, sem fanatismo religioso, sem fundamentalistas, mas sabemos que isso é impossível. Portanto, apenas marcamos posição com nossas postagens não só no Facebook, mas na maioria dos veículos de comunicação que conseguirmos atingir.

"É uma coisa muito complexa, e não é com postagem no Facebook e xingando e chamando eles de imbecis e fazendo ataques à inteligência dessas pessoas que vocês vão conseguir fazer alguma diferença no mundo."

Isso me lembra da piada do cara que era efeminado e perguntou ao amigo: "Quando é que você vai parar de me chamar de viado?". E o amigo respondeu: "Ué, quando você parar de dar o...". Se algum crente der uma demonstração pública de imbecilidade eu vou chamá-lo de quê? De gênio? E lembrando que essa postura de atacar a pouca inteligência da outra parte não tem nenhuma intenção de "fazer alguma diferença no mundo", apenas demonstra que alguns ateus têm tolerância zero com pessoas que querem discutir sobre algo que não entendem.

"A gente tem que lutar por coisas que realmente façam sentido e que mudam o nosso dia a dia, que interferem na nossa vida e na nossa sociedade."

Uma das questões em pauta hoje em dia no Congresso é a luta contra a homofobia. Qual é o segmento que mais nutre ódio contra homossexuais? O dos evangélicos fundamentalistas, como o deputado Feliciano. E sabe por que eles odeiam os homossexuais? PORQUE ESTÁ NA BÍBLIA! Percebeu agora, como o fundamentalismo é algo escroto e que deve ser combatido? O fundamentalismo, ao contrário do que você deixa transparecer, interfere SIM na nossa sociedade e merece ser combatido e desmascarado em suas falácias.

"Na hora de compartilhar as barbaridades da bíblia, está todo mundo lá".

Claro. Quem é a favor de atrocidades?

"Mas na hora de assinar petição contra a invasão da religião no Estado laico... Cadê?"

Isso gera uma grande discussão. Qual é o valor prático de petições? E quem disse que a luta pela manutenção da laicidade do Estado não pode se dar através de outros meios, inclusive por meios virtuais?

"As pessoas deveriam se manifestar por coisas que fazem sentido".

Ateus se manifestam em favor da razão, contra a irracionalidade de crenças fundamentalistas.

"e lutar por um Estado laico e não agredir as pessoas e iniciar uma guerra contra a religião, isso não faz sentido."

Hipérbole da sua parte. Ninguém quer guerra contra religião. A luta pelo Estado laico passa necessariamente pela luta contra o fundamentalismo.

"Os ateus deveriam mostrar que o Estado laico é um direito e é um benefício para todos, para todas as religiões, não só para os ateus."

Sim, concordo, mas a teocracia velada do Brasil sufoca essa luta. Vide o episódio da tentativa de retirar aquela frase idiota das cédulas do real.

"Com essa guerra que vocês criaram, a imagem dos ateus, de uma forma geral, foi muito prejudicada".

Sempre esteve. Isso não é novidade. Não é por uma postura mais ou menos agressiva que isso iria mudar.

"E é difícil levar a sério pessoas que fazem parte de um grupo que deprecia outras pessoas."

Depreciação acontece de ambos os lados. O que você está dizendo pode ser aplicado PRINCIPALMENTE aos religiosos. Uma matéria do Yahoo que deu uma grande repercussão foi o slide "Eles não acreditam em deus". Na foto de Caetano Veloso, mais de dois mil comentários, sendo a maioria esmagadora de crentes. E o teor desses comentários, você reparou? As piores ofensas, e qual foi o "crime" que Caetano Veloso cometeu? Simples, ele só proferiu a frase "deus não existe". Só isso, nada mais. E essa mera frase desencadeou uma onda de fúria e irracionalidade por parte dessa corja de crentes raivosos e irracionais que sofrem dessa doença chamada fundamentalismo. Tem certeza que quer defender e "levar a sério" essa gentalha?

"Eu, sinceramente, gostaria de ver mais manifestações pacíficas e denúncias contra o Estado laico e menos estupidez e xingamentos e coisas do tipo. É isso."

Estupidez é especialidade dos fundamentalistas religiosos. Defesa do Estado laico é o que os ateus mais fazem.