quarta-feira, 26 de junho de 2013

Será que é o "espírito" quem determina a personalidade?


 


As pseudociências costumam se basear em conceitos obscuros. Por exemplo, a questão da subjetividade da consciência. A psicologia analítica tenta há mais de um século explicar, sem muito sucesso, esse fenômeno. E onde a ciência deixa lacunas, o misticismo e a religiosidade fazem a festa. Já no final do século XIX, o francês Alan Kardec especulou sobre o assunto, dizendo que aquilo que ele denominava "espírito" era o responsável pela existência da subjetividade da mente humana. Evidências? Nenhuma. Porque, se evidências houvessem, o espiritismo não seria a pseudociência que realmente é.

Segundo a doutrina kardecista, o espírito habita o corpo material. Se há interação com algo físico, deveria ser detectável por meios físicos também. Mas, pelo menos até hoje, não houve a mínima comprovação científica da existência dessa porção imaterial do ser humano. Felizmente, hoje temos um ramo da ciência bastante avançado, que é a neurociência, que pode dar respostas satisfatórias a perguntas como essa, da subjetividade da consciência humana. Tudo indica, realmente, que o pensamento e a consciência individual são apenas secreções do cérebro, não havendo nada de "transcendente" nisso.

A doutrina espírita também afirma que o espírito é uma entidade independente do corpo e que determina a personalidade. Muito notório ficou sendo o caso de Phineas Gage, que, após um acidente de trabalho, teve uma barra de ferro atravessando a parte frontal do seu cérebro. Inexplicavelmente, ele sobreviveu a esse grave acidente. Porém, sua personalidade foi afetada. As pessoas que o conheciam diziam que "Gage deixou de ser Gage" depois do acidente. Esta é uma das provas de que é o cérebro (particularmente os lóbulos frontais) e não algo improvável como "espírito" o que determina a personalidade do indivíduo.

Para se aprofundar mais sobre o Caso Phineas Gage:
Phineas Gage