segunda-feira, 29 de julho de 2013

Feliciano e as Suas Mentiras em Nome do Ódio


Feliciano começa as suas mentiras dizendo que é perseguido por um grupo. Mas não é justamente o deputado que vive escrevendo coisas no twitter contra determinados grupos? O que ele queria? Ficar escrevendo abobrinha e ficar sem respostas? É muito cinismo dele querer se colocar na posição de vítima agora. Depois ele faz uma acusação grave, sobre pedofilia. Ora, se ele tem tanta certeza de que ocorreu esse crime, por que ele não denunciou? E, se denunciou, a quantas anda esse processo? Ele não informou nada sobre isso, o que deixa um ar de dúvida sobre essa "denúncia". E, se ele sabe de uma coisa tão grave e não denuncia, ele também está sendo criminoso.

São mostradas cenas de manifestantes na CDH. Depois, o deputado diz que "a bandeira do PSC é a família". Mais uma mentira. Ele não defende a "instituição família", pois esta, como tudo na sociedade, também evolui. Hoje em dia, para que se esteja em consonância com os direitos humanos, é preciso defender TODOS os modelos de família. O deputado defende UM modelo de família, que, como bem escreveu o Robson, do blog Consciência, é o modelo cristão, heteronormativo, patriarcal e autoritário. Esse discursinho resvala na questão da intromissão da religião em assuntos que não lhe dizem respeito em um Estado laico.

Feliciano fala com menosprezo das manifestações, perguntando se havia "algum pai de família" no meio dos manifestantes. É o "brilhante" argumento que ele usa. Como se a ausência de "pais de família" invalidasse o protesto contra o péssimo parlamentar que ele é. Ele também se orgulha de ter, segundo ele, reunido vinte mil pessoas em uma palestra em Rondônia. É óbvio que ele atende à demanda de conservadores, que, infelizmente são a maioria no Brasil. Um tipo tosco, antidemocrático e fascista como Feliciano dificilmente prosperaria em um país desenvolvido, como a Suécia, por exemplo. Em um país miserável como o Brasil, onde a maioria das pessoas é formada por conservadores e analfabetos, tipos como Feliciano, Maluf, Renan Calheiros, Sarney, Collor e outros sempre irão prosperar.

Feliciano mostra as suas garras de mau caráter quando fala mal da classe artística brasileira. Ele tenta tomar cuidado para não generalizar, mas acaba generalizando, quando fala, no final, que não é "pautado" pela vida dos artistas, mas é pautado pela vida dos "trabalhadores" do Brasil. Ou seja, para esse escroto, artista não trabalha. Ele diz que foram "apenas cinco artistas" que protestaram contra ele, mas a classe artística em peso se declarou contra esse fanático religioso. Quando ele fala com menosprezo dos artistas, ele encarna tudo o que há de mais podre e retrógrado que já existiu no passado e só nos faz lamentar por viver em um país onde a maioria vive no esgoto da podridão intelectual e elege um tipo como esse para legislar em nome do povo.

O deputado fala de um suposto ataque de atentado ao pudor praticado por um grupo de degenerados. É um relato duvidoso. Veja bem que ele tem conhecimento de vários crimes, mas parece não denunciar nenhum. Depois, ele se faz de coitado (falácia de coitadismo, muito usada por fundamentalistas para se fazer de vítima e atacar seus detratores) e diz que a família dele está "sofrendo". Deveria ter pensado nisso antes de adotar uma postura fascista e intolerante. Mas o pior é que, ao "denunciar" o que os degenerados fizeram em vias públicas para provocá-lo, ele parece querer dar a entender que TODOS os militantes do movimento LGBT se comportam dessa maneira. É um absurdo como ele gosta de manipular e distorcer fatos...

Uma das falácias mais usadas por fanáticos religiosos em geral é a falácia ad populum. Ou seja, só porque a maioria da população defende uma determinada proposição não significa necessariamente que essa dada proposição esteja correta. Feliciano ataca com essa falácia ao afirmar que a maioria do povo brasileiro é contra o assim chamado "casamento gay". A bronca dos fanáticos é que esse assunto deveria ser resolvido pelo Congresso, mas isso é uma jogada mesquinha. Se ficasse a cargo do Congresso, isso NUNCA seria resolvido. Portanto, o STF, de maneira justa, decidiu uma pauta que o Congresso empurrava com a barriga e que, na maioria dos países de primeiro mundo já foi decidida, como nos Estados Unidos e na França.

Pergunta: "Pastor, eu gostaria de saber se o senhor concorda que quem segue a palavra de deus pode incentivar o ódio". Para "responder", ele comete falácia de inversão. Ele se faz de coitado, de perseguido, e diz que quem incentiva o ódio são as pessoas perseguidas pela irracionalidade do deputado. Outra pergunta: "Deputado Feliciano, eu gostaria de saber se o senhor respeita as opiniões que são diferentes das suas." Ele apenas cita a famosa frase de Voltaire sobre defender o direito ao contraditório. Terceira pergunta: "Pastor, o senhor já sofreu algum tipo de preconceito?". Ele aproveita para se fazer de vítima novamente e relata como já sofreu, já foi chamado de Capitão Caverna (para mim, seria um elogio, um dos meus personagens preferidos) etc.

Ratinho lê um twitt bisonho do deputado sobre "ditadura gay" e pergunta se existe mesmo essa ditadura. Feliciano responde que existe, baseado no fato de que há vários projetos que defendem a causa gay no Congresso. Mas não seria uma hipérbole por parte dele? Chamar de "ditadura" um movimento que não quer prejudicar ninguém, apenas garantir direitos individuais? Mas o pior vem em seguida. Ratinho cita o twitt em que Feliciano afirma que africanos descendem de ancestral amaldiçoado pelo personagem bíblico Noé. Além dessa historinha ser de uma imbecilidade sem tamanho que nem vale a pena ser discutida, é curioso saber quem é tão idiota a ponto de, em pleno século 21, fazer perguntas sobre a formação dos continentes a um teólogo ao invés de fazer essa pergunta a um geólogo...

Mais uma pergunta de uma pessoa nas ruas: "Senhor Feliciano, se o senhor tiver, um dia, um filho homossexual, qual será a sua reação?". Na resposta, Feliciano dá a entender que o lar no qual é formado um homossexual não é um lar sadio. Tamanha demonstração de preconceito não espanta vindo de um fundamentalista cheio de ódio, mas espanta saber que é alguém com esse perfil nojento que preside a comissão de DIREITOS HUMANOS. Como é de esperar, ele ataca o PL-122, algo que já virou lugar-comum entre fundamentalistas raivosos. Enfim, a questão desse projeto só diz respeito aos homossexuais. Mas, antes disso, ele se faz de vítima novamente e diz que a mídia distorce tudo o que ele fala e o coloca de "vilão". Eu é tenho pena da mídia, do tanto que ela apanha desse tipo de gente...

Ratinho lê uma mensagem de um telespectador de tendências nazistas que lança a expressão "heterofobia". O deputado, na maior cara de pau, concorda: "com certeza!". Restou perguntar ao deputado e ao nazista que fez a pergunta quantos grupos de gays que saem às ruas espancando e matando heterossexuais. Ele demoniza as pessoas que estão na luta verdadeira de direitos humanos e, novamente, se coloca na posição de vítima, dizendo que os ativistas estão lutando contra o "pensamento" dele. O pensamento dele é o seguinte: "A podridão dos sentimentos Dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição." Um pensamento cheio de "amor", não é mesmo? Ele tenta contornar e dizer que essa declaração aconteceu devido à uma ameaça que ele sofreu, mas por que ele não apresentou o B.O. da ameaça às câmeras do SBT?

Em seguida, ele diz que a homossexualidade não é "normal". Claro, que não é, já que a "norma" estabelecida é a heterossexual. Mas também não é desvio, pois é natural, está na natureza, e não prejudica a terceiros. Depois, ele cita um caso de atentado ao pudor como se esse crime fosse exclusividade de gays. Ratinho coloca no ar vários twitts do deputado, um mais absurdo do que o outro. É absolutamente enojante o show de falácias do deputado que PENSA que representa a maioria. Triste pensar que o fundamentalismo religioso ganha cada vez mais espaço dentro do cenário político brasileiro...

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