segunda-feira, 29 de julho de 2013

Refutando Uma Refutação ao Dragão na Garagem de Carl Sagan


"A história vai assim: alguém ALEGA para outra pessoa que possui um Dragão na sua garagem."

Da mesma forma que um crente retardado TAMBÉM ALEGA que existe um ser invisível que criou o universo, fez um monte de merda, mas, para encobrir as merdas que ele próprio fez, assassina o próprio filho com uma cruz de madeira enfiada no rabo para que ele ressuscite três dias depois de morto. OK. Até agora, NENHUMA diferença entre o mito deus e o mito dragão. Ambos são alegações sem provas.

"O outro vai até lá e não vê nada. Ele sugere alguns testes, mas a primeira pessoa tem alguma desculpa para os testes não funcionarem. Dessa forma, no fim, fica impossível verificar se o Dragão existe ou não."

Assim como deuses de merda como o YHWH hebraico. Qual é a desculpa esfarrapada que os crentes dão para que o deusinho mequetrefe deles não passe pelo método científico? "Ah, Deus é um ser metafísico, sua existência não pode ser provada por meios materiais, e sim pela filosofia". Olha só, podemos aplicar a mesmíssima desculpa para o dragão invisível! Isso, porque através de "argumentos filosóficos" pode-se "provar" as coisas mais absurdas, desde a existência de deuses até a honestidade da maioria dos políticos do Brasil.

"A conclusão retirada pelo neo-ateu é que se trata do mesmo caso para a existência de Deus."

Não só do deusinho de quinta categoria da mitologia hebraica como de todos os outros deuses de todas as outras mitologias.

"O primeiro erro crasso da história é fazer uma analogia entre um ser FÍSICO por definição (um dragão) e um ser metafísico – Deus."

Como é que é? O dragão é um ser físico POR DEFINIÇÃO? Se for, QUEM definiu isso? Com base EM QUÊ? DESDE QUANDO alguém já conseguiu provar cientificamente que dragões existem ou já existiram? Onde está o artigo científico que PROVA a existência FÍSICA de dragões? Com respeito à metafísica, trata-se de algo tão útil quanto papel higiênico usado. Sabem qual o valor da metafísica na comunidade científica? NENHUM! Portanto, essa conversa fiada de "ser metafísico" não tem qualquer embasamento científico. Cientistas se guiam por evidências, não por "argumentos metafísicos".

"Essa é a falácia da Inversão de Planos."

A falácia aqui, por parte do crente, é a da comparação indevida. Como eu deixei claro acima, dragões e deuses são seres mitológicos. Portanto, estão SIM no mesmo plano. Se alguém praticou falácia aqui, foi o crente. Além disso, ainda afirmou que um dragão é um "ser físico" sem apresentar provas.

"A alegação da existência de algo físico é verificada empiricamente."

Ele não provou que dragões são seres físicos e continua insistindo com essa bobagem.

"Já a discussão sobre a existência de algo metafísico é discutido no plano FILOSÓFICO, que está um nível acima do científico."

Quer dizer que a metafísica está "acima" da ciência, não é mesmo? Um afirmação dessa só pode ser piada. Não existe o que os crentes chamam de "prova filosófica". Tente passar um artigo científico baseado apenas em "argumentos metafísicos" em um processo de revisão de pares. Só vai conseguir arrancar risadas da bancada de cientistas que revisarem o artigo.

"Nesse caso, a ausência de evidências empíricas esperadas para algo empírico é suficiente para dizer que esse algo não existe."

Um dragão invisível é algo empírico? O crente só pode estar de brincadeira...

"Claro que a refutação, seguindo a linha da história de Sagan, que vem em 95% dos casos é: 'Mas esse Dragão não é um Dragão comum; é um Dragão imaterial e espiritual'. Mas um ser que não tenha forma nem características físicas pode sequer ser chamado de Dragão?"

É a fé daquele que acredita no dragão. Ele vê e conversa com o dragão, e a fé dele não pode ser questionada. Os desígnios do dragão são misteriosos. Abra o seu coração para o dragão, tenha fé nele e você entenderá os mistérios da fé. Lembre-se que o dragão é invisível, ele é um ser "metafísico", "espiritual", e, portanto, "as coisas espirituais se discernem espiritualmente". Não seja ateu, creia no dragão e você o verá.

"Esse é o estratagema erístico da Distinção de Emergência. Palavras e nomes não surgem sem causa do nada; eles se referem a entes específicos de acordo com a necessidade de indicar historicamente, sendo que cada nome possibilita o entendimento e a diferenciação dos entes. E o que diferencia os seres físicos um dos outros são suas características essenciais de forma e etc. Como sabemos que uma flor não é uma pedra? Pelas suas características físicas. Mas se um ente X perde TODAS suas características físicas, como ainda podemos chamá-lo pelo seu nome físico? Essa seria uma violação absurda de qualquer noção de identidade."

Ué, mas o personagem YHWH é antropomorfizado no Gênesis, quando se diz que "o homem foi feito à sua imagem e semelhança". Geralmente ele não recebe representações pictóricas, mas isso não é uma regra. Pela descrição do Gênesis já é possível formar uma imagem mental do personagem em questão, como o fez, por exemplo, Michelangelo em sua pintura da Capela Sistina. Por mais que os crentes esperneiem, o personagem YHWH tem características físicas, sim, pois é uma representação antropomorfizada do próprio homem.

"E o que diferencia os seres físicos um dos outros são suas características essenciais de forma e etc. Como sabemos que uma flor não é uma pedra? Pelas suas características físicas. Mas se um ente X perde TODAS suas características físicas, como ainda podemos chamá-lo pelo seu nome físico? Essa seria uma violação absurda de qualquer noção de identidade."

Baseado em quê pode-se afirmar com 100% de certeza que um "espírito" não possui características físicas? O crente em YHWH é um ateu, pois ele não acredita no dragão. Esses ateus...
"Então se ele alegou que era um Dragão com 'fogo' e 'ventas', deveria ser físico; se não é físico, então é outra coisa e a história já poderia terminar por aí."

Termina na usa cabeça. Na cabeça de quem acredita no dragão só está começando. Por que DEVERIA ser físico, o crente não explica, pois o "fogo" pode ser um fogo espiritual, e as "ventas" igualmente.

"Nessa hora, ele pode desistir de chamá-lo de Dragão e dizer: 'Ok, realmente não tem lógica chamar um ser imaterial de Dragão. Mas como você sabe que não existe algo imaterial na minha garagem?'."
Também não tem o menor cabimento afirmar a existência de um ser invisível que, hipoteticamente, teria criado tudo no universo sem apresentar uma única prova. E outra: esse crente está comprando briga com o kardecismo, já que essa doutrina afirma existir representações perfeitas no "mundo espiritual" de tudo o que existe no "mundo material". Por que não existiria um dragão, mesmo que esse personagem não passe de ficção por aqui, no que os kardecistas chamam de "mundo material"?

"Como eu expliquei, aí entramos em uma discussão que é filosófica, não científica."

Claro, crentes precisam da masturbação mental oferecida pela filosofia para dar um verniz de seriedade aos seus delírios. Eles sabem que não conseguem empregar o método científico para provar as suas alegações, por isso apelam para esse joguinho de falácias que só a filosofia pode oferecer.

"E temos que providenciar justificativas filosóficas para a alegação."

Lá vem mais do mesmo, quer ver?

"A resposta deveria ser uma de três: '(a) Eu sei que não há, porque eu tenho argumentos CONTRA a existência do ser sem forma imaterial na sua garagem;' '(b) Eu não sei se há, pois eu não tenho argumentos contra, nem a favor;' '(c) Eu sei que há, pois eu tenho argumentos a favor da existência desse ser;'."

Talvez o crente no dragão respondesse assim:
(a) Eu não quero argumentos, quero PROVAS. Não sabe a diferença entre um e outro?
(b) Eu sei que há, e argumentos de ateus como você não me interessam. Você precisa ter FÉ para saber que o dragão existe.
(c) Sim, você tem fé, assim como eu. Esqueça esses ateus e esse papo furado de "método científico".

"No caso de Deus, temos livros e livros de filosofia que tratam da racionalidade da crença em Deus e da Sua existência."

Livro qualquer um pode escrever sobre qualquer coisa. Troque a palavra "deus" e coloque "saci pererê" no lugar, e vai dar na mesma. Existe algum artigo científico que passou por revisão de pares e que foi publicado em periódico indexado que comprove a existência desse deusinho de merda que gosta de brincar de esconde-esconde e que precisa de gente tosca pra defendê-lo? E crenças não são certezas. A existência do personagem da preferência do crente continua dependendo de fé.

"E o ser sem forma e imaterial na garagem dele? Fica difícil citar qualquer livro na história da Filosofia falando do pseudo-Dragão na garagem."

Ué, mas em determinado momento na História alguém decidiu começar a escrever sobre deuses (e não "deus", no singular, pois o monoteísmo é uma invenção bem recente). O crente no dragão pode querer desenvolver toda uma "dragonologia" em cima de sua crença e começar a escrever livros, já que o "argumento" usado aqui é a falta de uma bibliografia.

"Só por aí já dá para ver que a situação epistêmica para o conhecimento de Deus é DIFERENTE para o conhecimento do pseudo-Dragão. Logo, o pseudo-Dragão NÃO pode ser comparado a Deus."

Entre epistemologia e um monte de esterco, o segundo é muito mais útil. Deuses e dragões, por mais que crentes esperneiem, são seres para os quais não existe a menor evidência de existência objetiva. Não são "livros de filosofia" que determinam se algo existe ou não, pois não existe o que os crentes chamam de "prova filosófica". Através de masturbações mentais filosóficas pode-se "provar" a existência das coisas mais absurdas.

"Detalhe que esse sequer é um argumento CONTRA a existência de Deus."

Não, não é. E nem é contra a existência de Shiva ou de qualquer outro personagem. Mas explicita o absurdo das crenças pessoais que querem se impor como se fossem conhecimento. E que o método para se obter conhecimento não passa nem por perto disso que os crentes chamam de "fé".

"No máximo, teríamos que adotar uma postura agnóstica sobre o assunto até ter justificativa contra."

Não faz a menor diferença.

"Mas talvez o objetivo fosse dizer que a crença em Deus é injustificada do ponto de vista do conhecimento e algo como 'alegações que não podem ser testadas e afirmações imunes a refutações não possuem caráter verídico'."

Poderiam até ser verdade, mas quantas coisas que nem sequer supomos existir podem existir sem que sequer imaginemos que existam? Ficar com masturbação mental, cogitando coisas improváveis é pura perda de tempo e leva ao fanatismo, por querer impor uma mera crença como se fosse uma verdade absoluta.

"Mas como foi visto, tal idéia é falsa."

Não, não foi. Os critérios usados são MUITO duvidosos.

"EXISTE uma base para justificar a crença em Deus."

Sim, existem VÁRIAS bases. Esquizofrenia é uma delas. Outra (a mais usada) é a pura vontade de acreditar, a vontade de que seja verdade. Mas nem sempre o mundo é do jeito que gostaríamos que fosse.

"Da mesma forma, também não é verdade que toda crença sem justificativa ou irrefutável é injustificada ou 'não possui caráter verídico'."

Possui caráter duvidoso.

"Eu tenho várias crenças que não posso justificar"

Eu também, e guardo as mesmas para mim. Ideias que não podem ser justificadas devem ou cair no limbo do esquecimento ou ser guardadas para si próprio.

"mas nem por isso elas são irracionais."

Depende. Uma crença em imortalidade, por exemplo, pode ser derivada da simples vontade de viver para sempre, que, por sua vez, é derivada do instinto de sobrevivência. E instintos são impulsos irracionais.

"Por exemplo: não posso provar que existem outras mentes em outras pessoas. Não posso provar que o mundo externo realmente existe – no máximo, posso adotar isso como uma postura prática."

Masturbação mental ('mental", aqui, no sentido de "cerebral"). Primeiro, o conceito de "mente" é muito controverso. Depois, é preciso conceituar o que é existência, já que a mesma se manifesta em dois sentidos: o subjetivo e o objetivo. No sentido subjetivo, deuses existem, sim. No objetivo, essa existência é duvidosa. Quanto ao mundo, existe objetivamente, embora no nível subjetivo possamos duvidar de sua existência.

"E por isso, eu devo achar que a alegação 'outras mentes existem' não tem valor de verdade? Dificilmente."

"Dificilmente" já diz tudo.

"Essa é uma crença que tenho, que faz sentido com minhas experiências e que, mesmo não tendo justificativa, é útil para meu entendimento do mundo."

"Minhas experiências": evidência anedótica.

"Não há nada de irracional em aceitar essa idéia e muito menos em acreditar que só porque não tenho uma prova disso ela é falsa (lembra a falácia Se não há provas que existe, então não existe)."

Tentou esculachar Carl Sagan, mas se aproveitou de um conceito que foi muito usado por ele: ausência de evidência não significa necessariamente evidência de ausência.

"Enfim, os pontos principais:"

Vamos a eles...

"(1) A comparação de Deus com um Dragão é inversão de planos;"

Não, não é, já que ambos possuem existência duvidosa.

"(2) Se a alegação for de um Dragão imaterial, então é a falácia da Distinção de Emergência, pois algo imaterial não é um Dragão;"

Eu posso formar a imagem mental do que eu imagino que seja um dragão. E uma imagem mental não é algo material.

"(3) Se a alegação for sobre a existência de coisas imateriais, então podemos ir para argumentos contra e a favor da existência;"

Argumentos abundam e invariavelmente desabam em bate-bocas inúteis. O que falta são evidências.

"(4) Há argumentos para a existência de Deus e não há para o pseudo-Dragão, o que os coloca em situações DIFERENTES;"

Há "argumentos" para a existência de qualquer personagem que o crente quiser. Só não há evidências. Nisso, deuses e dragões se igualam.

"(5) Portanto, a analogia falha;"

Wishful thinking.

"Conclusão: O estratagema falha em todos os pontos. O que se dá para tirar daí é que a mentalidade cientificista ainda anda em voga e que o básico de filosofia já é um bom antídoto contra esses erros."

Não, não falha. "Cientificismo" não passa de espantalho de crente. E o "básico de filosofia" não serve para absolutamente nada. Cientistas não perdem tempo com masturbações mentais. Eles possuem algo infinitamente superior para auxiliá-los no árduo caminho em busca do conhecimento: o método científico.

5 comentários:

  1. Era pro crente crer em dragões, afinal, a bíblia diz que eles existem http://www.bibliaonline.com.br/acf/busca?f=nt&q=drag%C3%A3o

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  2. Quer saber o que é mito mesmo?! Abiogênese
    universo que se auto-gerou ou veio do nada
    panspermia cósmica
    dinossauros evoluindo para pássaros, por meio de mutações aleatórias benéficas aumentando informação no genoma e formando novas estruturas TOTALMENTE IMAGINÁRIAS
    buracos negros
    crer para descrer depois.

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    1. Bem, esta sua resposta é de 2015. Estamos em 2019 e já temos até uma foto de um buraco negro. Trabalho árduo de cientistas. Estamos esperando que os fundamentalistas apresentem uma foto desse deus que eles afirmam existir.

      Quanto às bobagens sobre evolução, é mais do mesmo. Muito chato ter que ficar rebatendo essas bobagens, escrevendo sempre as mesmas respostas.

      Quem abraçou o fundamentalismo religioso não está atrás de conhecimento ou de convencimento racional através de argumentação lógica ou de evidências científicas. Essas bobagens que você escreveu são aquelas do tipo "pregação do pastor no culto para jovens".

      Recomendo que pare de ler essas revistinhas com essas bobagens apologéticas e passe a ler publicações científicas sérias. Quando você começar a se alfabetizar cientificamente, garanto que vai sentir vergonha de ter escrito essas coisas aí.

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  3. Você não se dispôs a provar nenhuma das suas premissas apresentadas, só as joga como se fossem algo autoevidente. Para refutar a tese de que a existência algo imaterial deve se dar pela razão, dedução e filosofia, você só joga um argumento de autoridade. Mesmo que um dragão seja algo mitológico, isso não muda o fato de que o termo dragão se refere a algo que tem, por hipótese, características materiais. A questão de não se ter provado que tal dragão exista é irrelevante, eu poderia simplesmente o chamar de José e não mais de dragão se eu desejasse, e depois poderia simplesmente afirmar que dragões ainda não existem, por tal lógica. Ou chamar uma pedra de deus e afirmar que isso provava que o ateísmo estava errado.Mas já que você parece ser o guru da ciência, poderia me provar como a ciência provaria a existência de tudo se ela presume verdades lógicas e a matemáticas? Tentar prová-las pelo método científico incorreria em um lógica circular. Sem falar que o método empírico não prova a si próprio, você não consegue provar a veracidade do método científico usando o método científico.

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    1. Eu não jogo premissas auto-evidentes, apenas demonstro a fragilidade das premissas apresentadas para defender a existência de algo improvável.

      Não usei argumento de autoridade, apenas demonstrei a incongruência de querer dissociar um personagem mitológico (deus) de outro personagem mitológico (dragão).

      As características "materiais" a que você se refere servem para criar uma imagem mental. Mesmo que você mude os nomes, os personagens não deixarão de ser mitológicos.

      Sem essa de "guru". Isso é coisa de crente.

      Eu afirmei que a ciência prova a existência de "TUDO"? Acho que você não leu direito o texto.O que podemos afirmar é que, conforme a ciência vai avançando, o deus das lacunas vai se distanciando cada vez mais. E ficando mais longe.

      A questão do método científico provar a si próprio pelo método científico recai em tautologia. O método científico não é um argumento para ser "provado" ou "refutado". Não é um argumento, é um método.

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