segunda-feira, 25 de março de 2013

FIM DA PICADA: O PRECONCEITO DOS APRESENTADORES DO "FIM DE EXPEDIENTE" DA CBN






Quem emite um conceito de algo que desconhece pode ser classificado como o quê? Quem emite um pré-conceito poderia ser chamado de que mesmo? Bem, não é de hoje que certo tipo de pessoas nativas da região mais abastada economicamente do Brasil expele as suas fezes verbais em relação a determinadas regiões do Brasil praticamente ignoradas pela parcela mais "badalada" (leia-se regiões "Sudeste" e "Sul"). Houve aquele caso em que um dos integrantes da banda Restart afirmou que gostaria de fazer uma apresentação no Amazonas e ficou em dúvida se lá realmente exisitiria alguma civilização. No caso do Restart, talvez pudessemos considerar mais ignorância do que propriamente preconceito. É bem provável que o rapaz tenha confundido "Amazonas" (estado) com "Amazônia" (floresta). Outra vez, um jovem ator paulistano que faria uma apresentação teatral em Teresina, escreveu em uma rede social que o Piauí era (com o perdão do termo) "o cu do mundo".



No dia 15 de fevereiro de 2013, durante o programa "Fim de Expediente", da Rádio CBN, os apresentadores, questionando as escolhas de alguns temas de samba-enredos de algumas escolas de samba do Carnaval do Rio de Janeiro, ridicularizaram particularmente a escolha do tema da Estação Primeira de Mangueira, que, neste ano, foi a cidade de Cuiabá. Um dos débeis mentais ainda teve o cinismo de dizer: "que me desculpe o pessoal de Cuiabá, mas...". Não, não há desculpa. Esse idiota poderia pelo menos deixar de ser cínico e admitir que não gosta de certas partes do Brasil. É uma pena ver que, enquanto há pessoas com sentimento de irmandade e de integração, como o pessoal da Mangueira, ao mesmo tempo há pessoas mesquinhas que nutrem esse eterno desprezo por uma parte do Brasil que sequer conhecem. Preferem continuar com a sua prepotência em considerar a Região Sudeste como o centro do mundo. Absolutamente ridículo, imbecil e prepotente.


E o pior é que essa não é a primeira vez em que os três patetas do Fim de Expediente falam o que não sabem sobre Cuiabá. Em outra oportunidade, os energúmenos aproveitaram para detonar a escolha da FIFA em eleger Cuiabá e Manaus como subsedes da Copa do Mundo de 2014. Nessa vez, os bostinhas atacaram com um discurso etnocêntrico, discriminatório e separatista. O "brilhante" argumento dessa escória é o de que "Cuiabá e Manaus não têm tradição no futebol". Primeiro, isso é mentira. Cuiabá faz parte do Brasil, por mais que certos canalhas paulistanos pensem que Cuiabá faça parte da Bolívia. E como a maioria dos brasileiros, a maioria dos cuiabanos também gosta de futebol. A atitude da FIFA foi promover a integração, fazer desse evento uma amostra do que é o Brasil como um TODO. Por mais que alguns vírus em forma de apresentadores de programa de rádio falem mal, a atitude da FIFA foi certa, neste caso, e não há o que contestar, de forma alguma.


Vejamos se esse argumento besta da "tradição no futebol" tem razão de ser... Gabiru, o jogador que marcou o gol que deu o título mundial ao Internacional de Porto Alegre teve uma breve porém marcante passagem pelo Mixto de Cuiabá logo após ter saído do Inter. Um campeão mundial aceitaria jogar em uma região cujo futebol é "fraco" ou "decadente"? Isso sem falar em outros grandes nomes do futebol brasileiro, como Finazzi e Andrade (campeão brasileiro como técnico do Flamengo), que também tiveram passagens marcantes pelo futebol de Mato Grosso, o primeiro pelo Mixto e o segundo pelo Operário, onde se tornou campeão matogrossense em 1996. E também temos o ex-jogador Gaúcho, campeão brasileiro pelo Flamengo em 1992, um dos maiores nomes do futebol brasileiro em todos os tempos. Ele foi o fundador de um dos clubes mais vitoriosos do futebol de Mato Grosso, o Cuiabá. E também temos o grande Cláudio Adão, atual técnico do Mixto.


Enfim, esse argumento da "falta de tradição no futebol" é tão porco, tão debilóide, que só energúmenos prepotentes podem proferi-lo. Em 1994 acusaram os Estados Unidos de não ter "tradição" no futebol e que, por isso, a Copa do Mundo seria um fracasso por lá. Primeiro, isso é mentira, pois os Estados Unidos alcançaram o 3º lugar na primeira Copa do Mundo, em 1930, e grandes nomes como Pelé e Beckenbauer já atuaram no futebol de lá. Todo mundo sabe o que aconteceu. Os estadunidenses deram um show de organização. O critério da FIFA não é "tradição". Ao determinar as cidades-sedes, já havia uma predeterminação em escolher duas sedes que representassem dois dos mais importantes ecossistemas brasileiros, a Amazônia e o Pantanal. Manaus e Cuiabá foram escolhidas justamente por esse critério. O critério da "tradição no futebol" é ridículo e irrelevante, como a própria FIFA já demonstrou em 1994, com a escolha dos Estados Unidos como sede daquela Copa.


Esses BOSTAS que apresentam o "Fim de Expediente" são um perfeito exemplo da prepotência elitista e etnocêntrica de um Brasil cada vez mais excludente e separatista. O separatismo por estes lados não se dá da forma radical que se deu, por exemplo, nos Leste Europeu em fins da década de 1980. É um separatismo que se afirma no menosprezo e no escárnio de partes do Brasil que esses boçais sequer conhecem, e que, por pura manifestação de um preconceito idiotizante e canalha, fazem questão de "separar", "alienar" da parte mais "desenvolvida" do Brasil "mais abastado". Os débeis mentais já disseram que, mesmo sendo fãs de Depeche Mode, jamais iriam a um show dessa banda se acaso esse show fosse realizado na Arena Pantanal. Ainda bem. Pelo menos o povo de Cuiabá não terá o desprazer de se deparar com tumores malignos em forma de apresentadores de programa de rádio. Que esses pseudointelectuais continuem nesse paraíso de merda em que eles vivem, respirando o monóxido de carbono da atmosfera paulistana e desviando das balas perdidas nas ruas do Rio de Janeiro e nunca apareçam por estes lados.


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